domingo, 28 de junho de 2015

The evolution of 'Oh Holy Night' by Sandi Patty! [LIVE]


1986

1990

1993

1995

1996

2006

2006

2009

2009

2010

2012

2014

A modinha da Foto Colorida no Facebook!

Os norte-americanos não podem soltar um peido que nós seguimos.


Eu não tenho absolutamente NADA contra as pessoas postarem este tipo de foto para mostrar mais uma vitória para qualquer que seja o "movimento". Parabéns! Lutaram e conseguiram! Acho até que demorou demais ser liberado.

A minha colocação foi em relação à POLÍTICA por trás desta campanha do Facebook!!!! "Só Isto"!!!!

--- Por que o Facebook não faz uma campanha pelos CRISTÃOS que são MORTOS pelos grupos extremistas islâmicos???

--- Por que o Facebook não faz uma campanha de LUTO pelas pessoas no Nordeste que há anos sofrem por falta de água???

--- Por que o Facebook não faz uma campanha de LUTO pelos ENORMES ROUBOS no Governo?


Esta que é a MINHA crítica!
"85% das pessoas que coloriram o perfil ontem não sabiam que em 2013 o Brasil deu esse avanço social.
Se manter informado sobre um assunto ou intimamente contribuir para tal costuma surtir mais efeito do que seguir uma moda para mostrar para os outros seu posicionamento ou pelo menos o que parece ser um."
[ Um amigo meu ]
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"Não preciso andar de Mãos dadas!" [Silas Malafaia]


Tudo que a MAIORIA dos evangélicos pensou sobre a PASSEATA COM "TODOS" DE MÃOS DADAS - devido a garota que levou uma pedrada - , Silas Malafaia fala SEM MEDO!!!

"Eu não preciso estar de mãos dadas com ninguém pra dizer que sou contra a intolerância. Conversa fiada! Querem capitanear politicamente: 'Agora... pastores... padres... gente do candomblé... vamos ter que andar de mãos juntas pra dar uma satisfação mediática'. Eu não sou criança! Eu não ando dado a mão a ninguém, porque eu tenho compromisso. Eu não preciso mostrar que sou contra a intolerância pra fazer graça pra imprensa. Eu tenho minhas convicções e não admito intolerância contra ninguém, que alguém taque nada nos outros. Conversa fiada! Pensando que a gente é idiota e trouxa. Fica aqui o meu protesto!"
[ Pastos Silas Malafaia ]


| A ORDEM DO VÍDEO |
Ponto 01: A imprensa quis colocar toda a culpa dos cristãos durante quase duas semanas;
Ponto 02: A Parada Gay debocha de um símbolo cristão que é CRIME, e NADA é falado pela imprensa;
Ponto 03: Cristãos Omissos;
Ponto 04: Respeitem os Cristãos;
Ponto 05: A Passeata com as Mãos dadas.


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quinta-feira, 25 de junho de 2015

HISTÓRIA DA MÚSICA EVANGÉLICA BRASILEIRA: Causas & Contexto de sua Origem!




HISTÓRIA DA MÚSICA EVANGÉLICA BRASILEIRA:
Causas & Contexto de sua Origem!

“Lucros, império e fé combinaram-se!”
[Arno Wehling & Maria José Wehling]

01. O "Vocabulário do Cristão";
02. A vinda de portugueses, espanhóis, holandeses e franceses;
03. As Grandes Navegações;
04. O Brasil Colonial e Sua religião sincrética;
05. Os jesuítas mal informados;
06. A vinda de D. João VI e a permissão para a realização de culto;
07. João Calvino;
08. O primeiro culto - realizado na Baía de Guanabara;
09. A criação das Igrejas, Jornais, Livros e Gravadoras;
10. A primeira transmissão, a primeira gravação, o primeiro LP.

Além de Fotos e Vídeos!!!
Confira já meu novo Artigo!!!


*****

Autor do Artigo: Raphael Paiva
(Acadêmico em História | Criador do Blog | Professor de Inglês | Responsável pela correção Ortográfica)

Contato/Skype: raphaelpaiva89@hotmail.com
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terça-feira, 23 de junho de 2015

Melhore seu vocabulário em inglês com este diagrama!

Feito pela professora de inglês Kaitlin Robbs, do blog Dramatic Languages, que postou um diagrama com vários termos que representam diferentes emoções e estados de espírito. É uma boa ajuda para ampliar seu leque de palavras no idioma.


Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/dicas-estudo/2015/06/23/melhore-seu-vocabulario-em-ingles-com-este-diagrama/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_guiadoestudante

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Grupo Prisma Brasil - Turnê 2015 - Nordeste/Sudeste [Agenda]


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A (eterna) Madonna Gospel & Brasileira! [FOTOS/VÍDEOS]

Todos sabem que a cantora Marina de Oliveira sempre foi conhecida pela sua ousadia no palco, o que lhe rendeu muita mídia, fama e, claro, críticas, sendo chamada/conhecida como MADONNA GOSPEL. Mas esta comparação que apresento nesta publicação mostra, sem sombra de dúvida, a "imitação". Aliás, este show realizado no dia 09 de agosto de 1994 no Canecão, foi O show: músicas coreografadas, trocas de roupa etc.

ANALISEM!!!

"Comparem" as roupas das cantoras e das dançarinas!
Reparem que até no cinto há o cifrão!!! rsrsrs

Madonna
Material Girl
The Blond Ambition Tour - 1990

Marina de Oliveira
Faça um teste
Lançamento do álbum 'Onda de amor' e gravação do álbum 'Ao Vivo' - 1993




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Madonna: mesma posição... três períodos! [FOTO]

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Conhecimento X Ignorância!

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O que falta no Mundo? Amor & Português!

"Falta amor no mundo.
Mas também falta interpretação de texto."
[Leonardo Sakamoto]
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Ser Humano X Ser Profissional!

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Cinco vezes que Madonna esmagou o patriarcado!


Tanya Parker do "The Radical Notion" escreveu um artigo muito interessante sobre a bravura de Madonna, listando cinco momentos que provam que ela é chefona da música pop. Confira:

Eu lembro de ouvir o True Blue no meu walkman até a fita se enrolar e eu ter que consertá-la com um lápis. Se você está nos seus 30, sabe do que eu estou falando. Se você é mais jovem que isso, provavelmente está se perguntando "o que é um walkman?". Eu nunca vesti o traje clássico da Madonna - camiseta preta pela metade, luvas arrastão, leggings de renda e mini-saia. Eu era uma garotinha para aquilo, mas eu definitivamente teria vestido se minha mãe tivesse me permitido.

Madonna é conhecida por ser uma líder. Suas habilidades para os negócios são frequentemente descritas como "manipuladoras", "implacáveis" e "brilhantes". Alguns desses adjetivos poderiam não ter sido usados se ela fosse um homem. Madonna é uma empresária sagaz que trabalhou duro pelo sucesso. Ela conhece sua marca e ela tem a comercializado bem.

À parte de suas conquistas nos negócios, ela, indisputavelmente, vem fazendo um efeito na música e abrindo as portas para artistas femininas expressarem suas sexualidades. E, enquanto alguns podem nção achar isso tão relevante para o feminismo, isto atinge diretamente o conceito patriarcal da dicotomia virgem/puta. Madonna lutou pela liberdade de expressão - sim, muito do que ela quis expressar foi de natureza sexual - mas porque mulheres não deveriam ter oportunidades iguais para expressar o que quiserem?
Então vamos reconhecer a coragem da Madonna com cinco vezes em que ela provou ser a chefona do pop:

1 - Like A Prayer e Papa Don't Preach

Quando Like A Prayer surgiu, eu lembro da minha mãe ter uma opinião a respeito, o que era raro. Ela não costumava opinar sobre cultura pop. Nós não éramos uma família religiosa. Eu lembro de ter ido à igreja duas vezes: uma na Páscoa e outra vez porque eles estavam oferecendo retratos de família grátis. Contudo, minha mãe ficou absolutamente horrorizada que Madonna estava se deitando com um negro em uma igreja. Escândalo! Eu, no entanto, achava que aquilo era o melhor clipe já feito e podia ouvir aquela música repetidas vezes durante dias. Like A Prayer realmente foi chocante. Madonna fez um vídeo em 1989 mostrando um homem negro sendo preso pelo crime de um branco, sexo interracial em uma igreja, estigmas e cruzes pegando fogo. Boom! Isso foi agressivo para 1989.

Essa não foi a primeira vez que Madonna incomodou com um clipe e não seria a última vez que ela deixaria os líderes religiosos furiosos. Com Like A Prayer, Madonna sacudiu as coisas mais do que quando ela lançou o clipe de Papa Don't Preach em 1986, que provocou respostas de todo mundo - desde Gloria Allred, a porta-voz da Organização Nacional das Mulheres na época, passando pelo Planejamento Familiar, a Tipper Gore - todas de diferentes razões. Papa Don't Preach, uma música sobre uma adolescente grávida que decide continuar a gravidez, foi considerado por muitos como sendo um endosso à gravidez na adolescência. Isso foi um sinal da era conservadora de Reagan em que as pessoas achavam que o vídeo da Madonna faria com que as "boas meninas" saíssem para engravidar. Que má fé eles tinham das jovens! Já que nós não vimos a tal explosão da natalidade nove meses após Papa Don't Preach, eu suponho que Madonna não transformou as adolescentes em vadias devassas com filhos bastardos. Madonna também foi acusada de atiçar fogo no debate sobre aborto. Grupos anti-escolha tomaram a música como sendo "a favor da vida". Eles continuam a listas Papa Don't Preach como uma música "pró-vida", mas desconsideram Madonna como tal.

2 - O livro SEX

Em 1992, Madonna lançou um livro de mesa, com imagens eróticas, chamado SEX. Eu enfatizo livro de mesa porque, de verdade, quem faria tal coisa em 1992? Um livro de mesa é isso. Ele está no seu centro quando sua tia aparece para um chá. Ninguém em 1992 tinha um livro que precisasse ficar recluso na parte de trás do armário quando os parentes aparecessem. Se a internet fosse alguma coisa quando SEX foi lançado, Madonna a teria quebrado. Os conservadores estavam quase sendo sufocados com os vapores em torno disso. Foi chocante e certamente contribuiu para a queda da sociedade e da desmoralização da juventude americana.

O livro continha imagens, muitas das quais eram sadomasoquistas, de Madonna sozinha ou com modelos, homens e mulheres, todos envolvidos em posições sexuais. Essa foi uma das primeiras vezes em que Madonna chamou atenção a homossexualidade. Depois ela foi elogiada pelos grupos LGBT por ter retratado no livro o sexo lésbico abertamente e igualmente em paralelo ao heterossexual. Por exemplo, clique aqui (obviamente não recomendado no trabalho). O lançamento do livro foi simultaneamente um show de merdas e também bastante épico. Ele foi banido em alguns países incluindo Índia e Japão. As livrarias estavam prontas para enviar discursos sobre censura a qualquer um que protestasse contra as vendas do livro. O tempo todo, Madonna dizia tê-lo feito para "libertar" a América, porque todos estavam muito puritanos e daí ela acabou se tornando uma líder.

Fato hilário: Vanilla Ice, que infelizmente foi namorado da Madonna na época, disse que ter visto Madonna com outros caras foi a razão do término. Se eu fosse a Madonna, estaria grata todos os dias por ter publicado aquele livro. Aquele cara é um babaca.

3 - Human Nature

Quando Human Nature saiu em 1994, eu não escutava mais música pop e estava ligada naquela coisa punk. Eu não poderia trair o punk ouvindo Madonna, mas Human Nature foi tão puta fantástico que eu a escutava, secretamente, quando meus amigos não estavam por perto. A letra é bem feminista.

4 - A entrevista feminista

Madonna fez essa entrevista em março. É realmente uma ótima leitura e se você está interessado na visão de Madonna sobre justiça, feminismo, mulheres e sexualidade não deixe de ler. Madonna tem isto a dizer a respeito da situação atual do mundo para as mulheres:
"Bem, eu acho que nós ainda vivemos numa tremenda sociedade sexista, mesmo ainda que pareça que as mulheres tenham feito vários progressos. A mulher ainda é colocada em uma categoria, colocada em caixas. Você pode ser sexy, mas não inteligente. Você pode ser inteligente, mas não sexy. Você pode ser sexy, mas não pode ter 50 anos. Nós vivemos numa sociedade que discrimina a idade, o que significa que é uma sociedade sexista, porque ninguém jamais critica os homens pela maneira como se comportam, e não importa quão velhos estejam. Não há livro de regras. Como um homem, você pode sair com quem quiser. Você pode vestir-se como quiser. Você pode fazer o que quiser em qualquer área que interesse. Mas se você é uma mulher, há regras e limites. E eu sinto que a maior parte das criticas que eu recebo são das mulheres."

5 - Ela é uma sobrevivente


Eu seria desleixada se não escrevesse sobre Madonna como uma sobrevivente. Quando criança, ela enfrentou a perda de sua mão para o câncer de mama, que a afetou profundamente. Ela foi criada em uma família religiosa, com tarefas definidas por gênero e influências patriarcais. Apesar de tudo isso, ela deixou sua casa e decidiu fazer de si a artista mais bem vendida de todos os tempos. Enquanto morava em Nova Iorque, Madonna sofreu abuso com uma faca apontada, mas nunca relatou o crime.  Ela declarou sobre como a vergonha e o medo do processo de relato mantiveram-na longe de denunciar o estupro. Madonna é uma vitoriosa que trabalhou muito para chegar onde está hoje. Ela disse isto sobre sua nova música, com Nicki Minaj, chamada Bitch, I'm Madonna: "Eu sinto que ganhei o direito de dizer Bitch, I'm Madonna. Não se meta comigo. Eu me permito dizer isso agora. Eu fiz por merecer." É isso aí, Madonna. Você fez.

Fonte: http://www.madonnaoficialbrasil.com.br/2015/06/cinco-vezes-que-madonna-esmagou-o.html?m=1

Tradução por: Elton Dantas

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MEUS ARTIGOS ACADÊMICOS:

Por que saí do Brasil - e por que não vou voltar?


Roberto Maxwell (com a testa marcada de barro em um festival nos arredores de Tóquio): "Num país que é o avesso da cultura em que fui criado, eu me sinto em casa. No meu próprio país, onde falam minha língua, eu sempre fui um estrangeiro" (Foto: Bruno Taniguchi.)

Por Roberto Maxwell

Minha saída do Brasil não foi algo extremamente pensado e planejado, como ocorre com boa parte dos brasileiros que deixam o país.

Em 2005, aos 30 anos, eu morava no Rio, cidade em que nasci, e era professor em uma das mais conhecidas escolas públicas do país. Era um emprego considerado bom. Eu dava aula majoritariamente para crianças de classe média alta, tinha uma renda que, se não era exatamente compatível com as minhas responsabilidades, estava bem acima da média do que se ganha no país, em especial nessa profissão.

Mas não sobrava nada. Pagava as contas, vivia duro, insatisfeito e bastante infeliz. Concordo que felicidade é algo muito subjetivo. Por isso, vamos logo escancarar os fatos: eu estava deprimido, vivendo e trabalhando à base de medicamentos. Tudo isso morando na Cidade Maravilhosa: praia, sol, mar e fluoxetina!

Olhava ao redor e enxergava tudo com estranheza. Ruas imundas e gente jogando ainda mais lixo no chão. Não era raro estar no transporte público e ver um sujeito atirando latinhas pela janela. Passava noites sem dormir porque o vizinho fazia aniversário e a festa vazava para o prédio todo. “Relaxa, merrmão, é só uma vez por ano”, justificava o merrmão. Mas, vem cá, conta comigo: uma vez por ano vezes 100 apartamentos é igual a… Enfim, todo mundo era bonito, todo mundo era bacana, todo mundo era dourado – e ninguém por ali tinha qualquer senso de comunidade ou respeito pelo outro. Todo mundo tinha todos os direitos — e nenhum dever.

Era assim que eu via: um estrangeiro em meu próprio país. Para geral, a parada tava maneira daquele jeito. Eu era o incomodado e os incomodados que se… Bem, você conhece o ditado.

Não sei quando foi que caiu a ficha, mas uma hora tive certeza de que tinha que cair fora. Sem grana, comecei a procurar bolsas de estudo no exterior, tarefa difícil para quem tinha um inglês caído e já não era tão jovem.

Mas eu queria uma chance de recomeçar. Foi quando me lembrei de uma amiga que tinha ido estudar no Japão. Ela me deu as dicas de um programa chamado Teacher’s Training, do governo japonês. Por coincidência, o período de inscrições estava próximo. Me inscrevi e fui selecionado. Vim para o Japão no final de 2005 e estou aqui até hoje. Falta pouco para completar uma década do outro lado do mundo.

Fui para a Universidade de Shizuoka, onde, após o programa, fui convidado a ingressar no mestrado em Ciências Sociais. Terminei o curso em 2008, no início da crise econômica mundial que atingiu o Japão em cheio. Decidi me mudar para Tóquio. De uma hora para outra, me vi com um canudo de mestre nas mãos e desempregado; pós-graduado e montando e desmontando estandes em feiras e eventos para sobreviver. Era isso ou voltar para o Brasil – e a segunda opção estava totalmente fora de cogitação.

De que adianta um lugar ter sol-e-mar-e-gente bonita se o cara do seu lado ocupa um espaço (tanto físico quanto social) muito maior do que precisa, não dá a mínima para você ou para os outros à volta, emporcalha tudo, fala os berros, quer sempre levar vantagem em tudo, te passa a perna…

Parece cíclico. Toda vez que uma crise atinge o Brasil, um monte de gente “ameaça” deixar o país. Por conta disso, muito se tem discutido sobre as dificuldades da imigração, da adaptação, da assimilação pela cultura e pelo mercado em outro país… O Draft vem abrindo espaço para esse debate — o que é muito legal. Por isso, decidi compartilhar aqui a minha experiência.

De fato, viver em outro país não é fácil. Agora, imagina se esse “outro país” for o Japão. Aqui é o outro lado do mundo mesmo, não apenas em termos geográficos. O arroz é sem sal. O café é sem açúcar. A carne é fatiada fininha que nem bacon. Uma fruta custa os olhos da cara. As casas são mínimas. (E eu nem posso dizer que sou um cara que viveu em casas espaçosas e luxuosas no Brasil.)

No inverno, neva — e depois de dois dias, a neve já não parece tão bonitinha como nos filmes. No verão, faz um calor pegajoso, como o Rio no auge de janeiro, só que com muito mais prédios e sem praia. O calor em Tóquio lembra Bangu, se é que você me entende.

Os japoneses são educadíssimos, muito organizados, limpos e… fechados. É cada um na sua. Privacidade e espaço individual valem ouro por aqui. O japonês de verdade não é o que se vê nos mangás, nos animês, nos memes da internet: ele é calado, reservado, desconfiado e — com o risco de ser injusto com um montão de gente legal que eu conheci nesses 10 anos de desterro — um bocado preconceituoso.

Eu, por exemplo, estou aqui esse tempo todo, me esfalfando para aprender a língua, e basta eu botar essa minha cara de gaijin (o correspondente a gringo na língua japonesa) numa loja de conveniência que o/a atendente vai ignorar tudo o que eu falo em japonês e me responder num inglês quase ininteligível. No pré-conceito dele, todo gaijin fala inglês e não entende nada de japonês, essa língua “difícil” de aprender. A suposta impenetrabilidade do idioma — ah, se eles tivessem ideia do quão difícil é aprender português… — é um orgulho nacional deles.

De que adianta ter os amigos e a família por perto, e viver próximo das suas raízes, falando a sua língua materna, se todo dia você sai de casa sem saber se vai voltar – se as ruas da sua “cidade civilizada em um país democrático” respira um clima de guerra civil, expresso em um número de mortes semelhante ao de regiões deflagradas na África ou do Oriente Médio?

Enfim: são vários perrengues com a língua, com a alimentação, com os costumes, com os nativos, com a legislação… É assim a vida de um estrangeiro no Japão. E é também assim a vida dos estrangeiros em outro qualquer lugar.

Apesar disso tudo, não planejo — nem agora nem num futuro próximo ou distante — voltar ao Brasil. Por quê? A resposta é simples: todo lugar tem problemas e o segredo de uma boa vida é a adaptação. E considero que me adaptar à vida no Japão, com tudo isso que relatei (e muito mais que ficou de fora), tem sido muito mais fácil de encarar, e de vencer, do que a realidade que eu enfrentava cotidianamente no Brasil. Era impossível para mim viver num lugar onde o contrato social foi rasgado. Em nosso país, se estabeleceu há muito tempo (desde sempre?) a ideia do cada um por si. Isso torna, no limite, a vida social impossível. E o dia-a-dia, em todos os níveis, um salve-se-quem-puder.

De que adianta um lugar ter sol-e-mar-e-gente bonita se o cara do seu lado ocupa um espaço (tanto físico quanto social) muito maior do que precisa, não dá a mínima para você ou para os outros à volta, emporcalha tudo, fala os berros, quer sempre levar vantagem em tudo, te passa a perna…

Ou, ainda, se ele se acha no direito de destratar, ou mesmo agredir, muitas vezes fisicamente, alguém que considera “diferente” — seja preto, pobre, mulher, velho, macumbeiro, homossexual?

De que adianta ter os amigos e a família por perto, e viver próximo das suas raízes, falando a sua língua materna, se todo dia você sai de casa sem saber se vai voltar – se as ruas da sua “cidade civilizada em um país democrático” respira um clima de guerra civil, expresso em um número de mortes semelhante ao de regiões deflagradas na África ou do Oriente Médio?

Eu sentia isso cotidianamente, dez anos atrás. A sensação é de que nada parece ter mudado nesse aspecto. Não me refiro àquela coisa de “todos nós morreremos um dia”. Trata-se do risco real de morrer hoje, de ter a sua vida interrompida por alguém armado, à espreita, pronto para lhe atacar numa fração de segundos.

A vida é muito curta para passar os dias batendo de frente com gente que não entende as mínimas regras de convívio social e que é orientado desde pequeno, na família, na escola, a resolver as coisas batendo, xingando, usando os cotovelos e mostrando o dedo médio aos outros pela janela — seja do SUV novinho em folha ou do Chevette sem placa.

Estive em São Paulo em 2012, numa viagem excepcional. Mas, para cada experiência vivida, foi preciso matar um leão. Comprar um bilhete de qualquer coisa numa fila sem ser ludibriado é quase um milagre. Tem sempre alguém querendo passar na sua frente. Entrar num trem ou no metrô é outro desafio. Embarque e desembarque acontecem concomitantemente, desafiando aquela lei da física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.

A experiência no transporte público é de chorar. Você está apinhado dentro de um ônibus e, de repente, se vê cercado, de todos os lados, por um monte de carros praticamente vazios. Não faz o menor sentido. Ou melhor: o sentido disso é que a locomoção no Brasil não é um direito, mas mais um símbolo de poder de classe – o transporte público é ruim para sublinhar o poder e os privilégios de quem pode ter um carro. Navego diariamente em Tóquio, a área urbana mais populosa do planeta, com as linhas de trem mais congestionadas do mundo, e não vivo nem uma fração desse estresse para ir e vir.

Vai a pé? Cuidado: os veículos não param para os pedestres, nem as bicicletas respeitam quem está a pé. Entrou na loja? Atenção: testa bem porque tem produto que não funciona. (Depois se vira para resolver com o fabricante…) Pagou em dinheiro? Confere o troco porque a chance é grande de vir faltando. Passou o cartão? Fica de olho porque a máquina pode ser “chupa-cabra”. E o encontro marcado às sete só acontece às oito porque a maioria das pessoas não se preocupa verdadeiramente em chegar na hora.

Não sei se a maioria dos brasileiros percebe o modo como essa engrenagem funciona. Mas, o que aprendi, na marra, é que a vida é complexa demais para tanta preocupação numa mera saída de casa. E é, também, muito curta para passar os dias batendo de frente com gente que não entende as mínimas regras de convívio social e que é orientado desde pequeno, na família, na escola, a resolver as coisas batendo, xingando, usando os cotovelos e mostrando o dedo médio aos outros pela janela — seja do SUV novinho em folha ou do Chevette sem placa.

Escolhi viver num lugar onde é possível concentrar as energias no trabalho, no lazer, em cuidar de si, em se relacionar melhor com os outros. É muito bom não precisar se defender no convívio social. Exercitar a correção sabendo que o outro também vai ser correto com você. É muita força vital que se gasta para sobreviver num país como o Brasil. Infelizmente. O Japão, com todas as suas dificuldades, me mostrou por que me faltava força para ir atrás dos meus objetivos e sonhos, por que o dinheiro não rendia, por que a depressão só aumentava…

Não digo isso com alegria. Digo isso com muita tristeza. Não por mim, que estou a 20 mil quilômetros daí, mas por todo mundo que eu amo e ficou do outro lado do mundo.

Diante desse quadro, não houve calor nem praia nem colo de mãe ou ombro de amigo capaz de me consolar ou de me segurar. Tóquio é o avesso da cultura em que nasci – mas aqui me sinto em casa. Ao contrário, me sinto um estrangeiro no lugar onde falam a minha língua, onde produzem a música que eu gosto de ouvir, onde cozinham os sabores que me fazem salivar…

Nunca entendi — nem aceitei — a forma como nosso país funciona. Só me resta torcer para que, através desse relato, possa estar se abrindo uma porta para que, um dia, quem sabe, esse diálogo possa acontecer.

Roberto Maxwell, 40, é repórter e documentarista. Atualmente, é apresentador da Rádio Japão da NHK World e freelancer nas áreas de produção e criação de conteúdo para mídias impressas, rádio, TV e internet.


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