O ataque generalizado e sem nenhum teor de ineditismo – até porque se fala que ‘pastor pega
dinheiro de dízimo e se autoenriquece a custa dos fieis que são bobocas e ingênuos’ num ritmo credibiloso e cíclico, sem pausas para respirar, com ódio que espanta – foi feito sem se questionar muita coisa.
Cadê a lista dos padres mais ricos do país? Cadê a lista dos pais-de-santo mais ricos do país? Cadê a lista dos médiuns mais ricos do país? Por que só a lista dos pastores mais ricos do país causa tanta aflição? Será que haveria ódio nas outras listas? Perseguição? Será que haveria esse show todo?
Na lista, há pastores com problemas pendentes – sim -, mas não há quaisquer provas sobre nada com referência a RR Soares, por exemplo. O ódio chega a ser tão (des)admirável que, quando se posta alguma foto de algum dos pastores, em qualquer enredo que seja – qualquer mesmo -, já se há um escarcéu montado, programado, repetido e muitas vezes nem sequer pensado.
As pessoas estão precisando ter um pouco de interpretabilidade para compreender a descartável loucura que se está fazendo. Dizem respeitar as mais diversas ideias, saberes, religiões, opções de
vida etc, num ar de inteligência e sabedoria; mas numa dose de sabe-se-lá-o-quê, rompem imediatamente com o “desejado” e desambiguam na repressão (ou fobia?) da crença alheia. Que sociedade é essa que se diz “mais avançada em termos do pensar”, que reprime o outro e nem se questiona por tal?
Artigo de opinião por Victor França
victor.franca@portaldt.com