A saga de Moisés tem encantado o público a cada capítulo
e, por conta do sucesso e dúvidas gerais, o R7 conversou com o historiador e
consultor da Rede Record Maurício Ferreira, que explicou com detalhes a
diferença entre os egípcios, hebreus e midianitas. Embarque nesta história e
descubra curiosidades de cada povo!
A viagem pelo tempo começa com os povos hebreus, que
segundo Maurício Ferreira, ainda não tinham os costumes consolidados, naquela
época.
─ É complicado, pois estamos falando de hebreus no Egito,
e não do povo hebreu que conhecemos em Canaã. Esta realidade é anterior à
fundação do povo de Israel como nação. Os costumes dos hebreus ainda estão
sendo construídos, tanto que Moisés cria leis após a ida ao deserto. Podemos
dividir os hebreus no Egito em dois “grupos”: o hebreu escravo, que na verdade
era mais chamado de camponês, e o hebreu especializado em alguma atividade.
O historiador conta, detalhadamente, a diferença entre os
próprios hebreus de Os Dez Mandamentos.
─ O hebreu camponês está na pior condição de trabalho
existente no Egito. Todos eram servos do faraó, sendo este o único homem livre.
Temos o camponês que trabalha com a produção de comida, em plantações, mas
quando o rio enche, tudo fica alagado e o serviço é interrompido. Para não
deixar estes hebreus sem uma função, eles são direcionados pelo faraó para
obras públicas e constroem tumbas, templos, estátuas ou o que mais o faraó
inventa. São tarefas cansativas e
penosas, que têm a pior remuneração. Os hebreus recebem praticamente uma porção
de pão por pessoa ou trigo.
Temos, ainda, o hebreu especializado em algum trabalho,
que vive no palácio e é considerado nobre. Estes terão uma excelente condição
de vida, benefícios e tudo de melhor que a corte produzir. Os hebreus do
palácio são, por exemplo, os joalheiros do faraó, cozinheiros, costureiros,
damas reais, entre outras funções.
Maurício destaca, ainda, que os hebreus são, em sua
maioria, monoteístas, ou seja, acreditam em apenas um deus. Já os que vivem no
palácio, devem adorar também os deuses egípcios, sendo chamados de politeístas
─ O Egito é um reino politeísta, que adora diversos
deuses. O hebreu camponês tem a possibilidade de adorar apenas um deus, pois
não há fiscalização, mas dentro do palácio o indivíduo deste povo tem que
adorar os deuses egípcios, até porque o faraó é considerado um. Em resumo, os
hebreus são monoteístas, mas muitos adoram vários deuses, até porque acabam se
adaptando à cultura egípcia.
Maurício expõe os costumes do povo egípcio, politeísta.
─ Os egípcios adoram vários deuses e um deles está
presente, que é o faraó. Eles acreditam que, dentro do Egito, o faraó é a
ligação entre estes deuses e a terra, e é ele quem traz a luz cósmica. Então,
todos trabalham para o faraó com o objetivo de que os deuses mantenham ordem
dentro do Egito. Há egípcio em várias profissões e, dependendo do serviço, será
melhor ou pior remunerado. Os que trabalham no palácio, direto com o faraó, têm
funções prestigiosas e são nobres, como os artesãos, cozinheiros e sacerdotes.
As menos valorizadas são desempenhadas por egípcios camponeses, que ficam em
obras, fazem pinturas e retalhos.
O consultor de história da Record lembra que existem
hebreus nos palácios e destaca o direito das mulheres egípcias.
─ Todo hebreu que vai trabalhar diretamente no palácio
terá que se portar como um egípcio. Usará boas roupas, perucas, maquiagens,
entre outros costumes do povo rico. A mulher no Egito tem mais liberdade,
inclusive direito à propriedade. Ela pode comprar, vender, ter bens no nome dela
e até ficar com metade de tudo, em caso de divórcio, que não seja por
adultério. O faraó é até mesmo obrigado a ter várias esposas, sem qualquer
problema.
Para fechar, Maurício tira as dúvidas do público sobre os
midianitas, que fizeram sua estreia na novela ao acolherem Moisés.
─ O povo de Midiã é seminômade e trabalha em comércio ou
na criação de animais. São pessoas que permanecem por até dez anos em um lugar,
mas, se a situação estiver ruim, mudam o destino. Eles não têm vínculos com a
terra, como os egípcios. Os midianitas falam uma língua de origem semítica,
muito próxima ao hebraico, usado pelos hebreus. Os costumes entre estes dois
povos são similares, pois os hebreus vêm da região de Canaã, que tem uma
cultura que influencia os povos. O que diferencia os hebreus dos midianitas é o
monoteísmo. Enquanto os hebreus acham que adorar outros deuses é um sacrilégio,
os midianitas acreditam no deus de Israel e em outros. A grande dissemelhança
está na religião.
Segundo o historiador, os midianitas não deixaram tantos
registros escritos para que a história possa reconstruir a vida deste povo,
fora a visão bíblica, já que não se instalavam em apenas um lugar.
Fonte: Site 'R7'
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