Obs.: Denise Campos de Toledo é uma jornalista econômica
brasileira, escritora e palestrante.
Com o objetivo de congelar gastos públicos e contornar a
crise econômica, proposta divide especialistas
São Paulo 12 OUT 2016 - 03:17 CEST
A Câmara dos Deputados passou em primeira votação nesta
segunda-feira a proposta de emenda constitucional que cria uma teto para os
gastos públicos, a PEC 241, que congela as despesas do Governo Federal, com
cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. Com as contas no vermelho, o
presidente Michel Temer vê na medida, considerada umas das maiores mudanças
fiscais em décadas, uma saída para sinalizar a contenção do rombo nas contas
públicas e tentar superar a crise econômica. O mecanismo enfrenta severas
críticas da nova oposição, liderada pelo PT, pelo PSOL e pelo PCdoB, mas também
vindas de parte dos especialistas, que veem na fórmula um freio no investimento
em saúde e educação previstos na Constituição. O texto da emenda, que precisa
ser aprovado em uma segunda votação na Câmara e mais duas no Senado, também
modifica a regra de reajuste do salário mínimo oficial, que se limitará à
variação da inflação. Veja como foi a votação nesta segunda aqui. Entenda o que
é a proposta e suas principais consequências.
O que é a PEC do teto de gastos?
A PEC, a iniciativa para modificar a Constituição
proposta pelo Governo, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos
gastos públicos e tenta equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até
20 anos, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos, um limite para as
despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na
prática, em termos reais - na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar
em dado momento - fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017,
portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da
inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo,
Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação
só começarão a valer em 2018.
Por que o Governo diz que ela é necessária?
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que
"não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando
muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente
fiscal." Para a equipe econômica, mesmo sem atacar frontalmente outros
problemas crônicos das contas, como a Previdência, o mecanismo vai ajudar
"a recuperar a confiança do mercado, a gerar emprego e renda" ao
mesmo tempo em que conterá os gastos públicos, que estão crescendo ano a ano,
sem serem acompanhados pela arrecadação de impostos. Para uma parte dos
especialistas, pela primeira vez o Governo está atacando os gastos, e não
apenas pensando em aumentar as receitas. O Governo Temer não cogita, no
momento, lançar mão de outras estratégias, como aumento de impostos ou mesmo
uma reforma tributária, para ajudar a sanar o problema do aumento de gasto
público no tempo.
O que dizem os críticos da PEC?
Do ponto de vista de atacar o problema do aumento anual
dos gastos públicos, uma das principais críticas é que uma conta importante
ficou de fora do pacote de congelamento: os gastos com a Previdência. É um
segmento que abocanha mais de 40% dos gastos públicos obrigatórios. Logo, a PEC
colocaria freios em pouco mais de 50% do Orçamento, enquanto que o restante
ficaria fora dos limites impostos - só a regra sobre o salário mínimo tem
consequências na questão da Previdência. A Fazenda afirmou, de todo modo, que a
questão da Previdência será tratada de forma separada mais à frente. "Se
não aprovar mudanças na Previdência, um gasto que cresce acima da inflação
todos os anos, vai ter de cortar de outras áreas, como saúde e educação",
diz Márcio Holland, ex-secretário de política econômica da Fazenda. "Nesse
sentido, a PEC deixa para a sociedade, por meio do Congresso, escolher com o
que quer gastar", complementa. Há vários especialistas que dizem que, na
prática, o texto determina uma diminuição de investimento em áreas como saúde e
educação, para as quais há regras constitucionais. Os críticos argumentam que,
na melhor das hipóteses, o teto cria um horizonte de tempo grande demais (ao
menos dez anos) para tomar decisões sobre toda a forma de gasto do Estado
brasileiro, ainda mais para um Governo que chegou ao poder sem ratificação de
seu programa nas urnas. Eles dizem ainda que, mesmo que a economia volte a
crescer, o Estado já vai ter decidido congelar a aplicação de recursos em
setores considerados críticos e que já não atendem a população como deveriam e
muito menos no nível dos países desenvolvidos. Se a economia crescer, e o teto
seguir corrigido apenas de acordo com a inflação, na prática, o investido
nestas áreas vai ser menor em termos de porcentagem do PIB (toda a riqueza
produzida pelo país). O investimento em educação pública é tido como um dos
motores para diminuir a desigualdade brasileira.
Quando a PEC começa a valer?
Se aprovada na Câmara e no Senado, começa a valer a
partir de 2017. No caso das áreas de saúde e educação, as mudanças só passariam
a valer após 2018, quanto Temer não será mais o presidente.
Qual o impacto da PEC no salário mínimo?
A proposta também inclui congelamento do valor do salário
mínimo, que seria reajustado apenas segundo a inflação. A regra atual para o
cálculo deste valor, válida até o ano de 2019, soma a inflação à variação
(percentual de crescimento real) do PIB de dois anos antes. Em outras palavras,
a nova regra veta a possibilidade de aumento real (acima da inflação), um fator
que ajudou a reduzir o nível de desigualdade dos últimos anos. Além de ser o
piso dos rendimentos de um trabalho formal regular no Brasil, o salário mínimo
também está vinculado ao pagamento de aposentadorias e benefícios como os, por
lei, destinados a deficientes físicos.
O que acontece se a PEC for aprovada e o teto de gastos
não for cumprido?
Algumas das sanções previstas no texto da PEC para o não
cumprimento dos limites inclui o veto à realização de concursos públicos, à
criação de novos cargos e à contratação de pessoal. Em outras palavras, pretende
ser uma trava muito mais ampla que a Lei de Responsabilidade Fiscal, por
exemplo, que cria um teto de gastos com pessoal (vários Estados e outros entes
a burlam atualmente).
A PEC do teto vale para os Estados também?
A PEC se aplicará apenas aos gastos do Governo Federal.
No entanto, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, já sinalizou
que o Planalto deve encaminhar em breve uma segunda PEC que limita os gastos
estaduais. Por enquanto não há consenso entre o Executivo Federal e os
governadores sobre o assunto.
Quais impactos a PEC pode ter nas áreas de educação e
saúde?
Os críticos afirmam que a PEC irá colocar limites em
gastos que historicamente crescem todos os anos em um ritmo acima da inflação,
como educação e saúde. Além disso, gastos com programas sociais também podem
ser afetados pelo congelamento. Segundo especialistas e entidades setoriais,
esta medida prejudicaria o alcance e a qualidade dos serviços públicos
oferecidos. Especialistas apontam problemas para cumprir mecanismos já em
vigor, como os investimentos do Plano Nacional de Educação. Aprovado em 2014, o
PNE tem metas de universalização da educação e cria um plano de carreira para
professores da rede pública, uma das categorias mais mal pagas do país. "A
população brasileira está envelhecendo. Deixar de investir na educação nos
patamares necessários, como identificados no PNE, nos vinte anos de vigência da
emenda proposta – tempo de dois PNEs -, é condenar as gerações que serão a população
economicamente ativa daqui vinte anos, a terem uma baixa qualificação",
disse o consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Paulo Sena, ao site
Anped, que reúne especialistas em educação.
Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que
mais importante do que o valor despendido com áreas como saúde, educação e
segurança, é a qualidade desses gastos. "Dados da educação e da saúde hoje
mostram que a alocação de recursos não é o problema. É preciso melhorar a
qualidade do serviço prestado à população", disse. "Teremos muito
trabalho. O principal deles será o de mostrar que a saúde e educação não terão
cortes, como a oposição tenta fazer a população acreditar", afirmou a
líder do Governo no Congresso, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).
A PEC do teto atingirá de maneira igual ricos e pobres?
A população mais pobre, que depende do sistema público de
saúde e educação, tende a ser mais prejudicada com o congelamento dos gastos do
Governo do que as classes mais abastadas. A Associação Brasileira de Saúde
Pública, por exemplo, divulgou carta aberta criticando a PEC. No documento a
entidade afirma que a proposta pode sucatear o Sistema Único de Saúde,
utilizado principalmente pela população de baixa renda que não dispõe de plano
de saúde. Além disso, de acordo com o texto da proposta, o reajuste do salário
mínimo só poderá ser feito com base na inflação - e não pela fórmula antiga que
somava a inflação ao percentual de crescimento do PIB. Isso atingirá
diretamente o bolso de quem tem o seu ganho atrelado ao mínimo.
Por que a Procuradoria Geral da República diz que é
inconstitucional?
Em nota técnica divulgada em 7 de outubro o órgão máximo
do Ministério Público Federal afirmou que a PEC é inconstitucional. De acordo
com o documento, "as alterações por ela pretendidas são flagrantemente
inconstitucionais, por ofenderem a independência e a autonomia dos Poderes
Legislativo e Judiciário e por ofenderem a autonomia do Ministério Público e
demais instituições constitucionais do Sistema de Justiça [...] e, por consequência,
o princípio constitucional da separação dos poderes, o que justifica seu
arquivamento". A crítica vem pela criação de regras de gastos para os
demais Poderes. Na nota, a procuradoria argumenta que, caso aprovada, a PEC irá
prejudicar a “atuação estatal no combate às demandas de que necessita a
sociedade, entre as quais: o combate à corrupção; o combate ao crime; a atuação
na tutela coletiva; e a defesa do interesse público". A Secretaria de
Comunicação Social da Presidência rebateu a PGR, afirmando que na proposta não
existe “qualquer tratamento discriminatório que possa configurar violação ao
princípio da separação dos poderes".
O que vem depois da PEC, se ela for aprovada tal como
está?
A PEC é a prioridade da equipe econômica do Governo Temer,
que vai pressionar por outras reformas nos próximos meses, como a Reforma da
Previdência e Reforma Trabalhista.
Com informações de Ana Carolina Cortez.
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O primeiro item das prioridades da nova ordem mundial é a eliminação de 90% da população mundial algo em torno de 6,5 bilhões de pessoas para que os recursos naturais seja compatível com uma população limitada a 500 milhões apenas. Essa PEC 241 está sendo implantada no Brasil para favorecer o cumprimento da agenda da elite global iluminattis nesta país para que o povo pobre não tenha condições de fazer parte da elite e serão obrigados a trabalhar como escravos durante o tempo em que viver no planeta terra, enriquecendo cada dia mais o bolso da elite e perdendo sua vida porque ao ficarem doentes não encontrarão respaldo do sistema de saúde que não terá médicos, remédios, tratamentos e nem recursos financeiros sociais para se manter vivo em suma o governo Temer quer um povo burro, pobre e sem saúde para viver pouco e enriquecer a elite enquanto viver ou sobreviver aqui no planeta terra.
ResponderExcluirTags: pec 241, golpe, farsa, nova ordem mundial, iluminattis, iluminates, controle, redução da população, elite global, perigo, ameaça, atentado à vida.