Confira lista de bolsonaristas fiéis e também dos
arrependidos derrotados nas urnas
Entre os bolsonaristas fieis, fracassaram nas urnas o
cantor Netinho, Fernando Holyday e Sérgio Camargo. Entre os arrependidos não
eleitos estão Janaina Pascoal, Joice e Mandetta
Publicado: 03 outubro, 2022 - 13h30
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Ainda que a linha de frente do bolsonarismo tenha tido
votos suficientes neste domingo (2) para tornar o Congresso ainda mais
conservador, muitos dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e também
dos que se arrependeram do apoio não passaram’ no teste das urnas.
Na Bahia, o cantor Netinho também se deu mal. O sucesso nos
anos 1990 não foi suficiente para levar o bolsonarista à Câmara dos Deputados.
Ele concorreu pelo PL, partido do presidente, e obteve somente cerca de 31 mil
votos.
Dois candidatos negros, contrários à política de cotas,
Fernando Holyday (militante do MBL) e Sérgio Camargo (ex-presidente da Fundação
Palmares) também não se elegeram deputados federais.
O ex-presidente Fernando Collor de Melo, considerado um dos
piores da história, apoiador ferrenho de Bolsonaro, concorreu ao cargo de
governador por Alagoas, mas não chegou nem ao 2° turno. Ele obteve apenas 14,7%
dos votos.
Outros apoiadores que fracassaram nas urnas são a
influenciadora Antonia Fontenelle, a ex-paquita Andreia Sorvetão, ambas
candidatas a deputada federal pelo Republicanos do Rio de Janeiro.
O ator pornô Kid Bengala não conseguiu uma vaga na Câmara
por São Paulo, pelo União Brasil, teve somente cerca de 10 mil votos.
Também apoiador de Bolsonaro, o ex-presidente do Flamengo,
Marcos Braz (PL), obteve somente 38 mil votos e não se elegeu deputado
estadual.
Mais bolsonaristas
derrotados nas urnas:
Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro; o ator
Felipe Folgosi; Eduardo Torres, irmão da primeira-dama Michele Bolsonaro;
Cristina Bolsonaro, ex-mulher do presidente; a médica Nise Yamagushi, o
ex-assessor de Bolsonaro, Fabrício Queiroz; o comentarista Adrilles Jorge; e o
deputado estadual (SP) Douglas Garcia.
Bolsonaristas
arrependidos também fracassam
Nomes que em 2018 engrossaram o coro bolsonarista também
perderam a eleição.
Alexandre Frota (PSDB), que se arrependeu e pediu desculpas
pelo apoio, e Joice Hasselmann, que saiu do PSL e migrou para o PSDB fazendo
pesadas críticas ao governo que apoiou, são dois exemplos.
Frota, deputado federal, havia se candidatado a uma vaga
para a Assembleia Legislativa de São Paulo, mas obteve somente cerca de 24 mil
votos, número insuficiente para ser eleito como deputado estadual.
Já Hasselmann não conseguiu se reeleger. Se em 2018 ela
havia tido uma expressiva votação de 1,07 milhão de votos, em 2022, obteve
apenas 13,5 mil, ou seja, perdeu 98,7% de seus eleitores. O número é semelhante
a perdas de votos que o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro registrou em
relação a 2018. Ele ficou atrás de Guilherme Boulos (Psol), deputado mais
votado do estado, com 1,01 milhão de votos.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União
Brasil), que no começo da pandemia também abandonou o barco bolsonarista ao
perceber que o negacionismo do presidente levaria (o que de fato aconteceu) à
morte de milhares de brasileiros por Covid-19, se candidatou ao Senado pelo
Mato Grosso, mas perdeu para a ex-colega, ex-ministra da Agricultura Tereza
Cristina (PP).
Abraham Weintraub (PMB) e Arthur Weintraub (PMB),
ex-aliados (Abraham foi um dos cinco ministros da Educação de Bolsonaro e
Arthur foi assessor especial do governo) se candidataram à Câmara, mas também
não passaram.
Outro responsável por permitir que o país mergulhasse em
uma das piores crises institucionais de todos os tempos, o ex-deputado Eduardo
Cunha (MDB), que se candidatou a deputado por SP, teve pouco mais de 5 mil
votos. Cunha foi responsável por dar andamento ao processo de impeachment de
Dilma Rousseff. A ascensão da direita ao poder, pelas mãos do golpista Michel
Temer (MDB), junto com a perseguição política a Lula e o impedimento de sua
candidatura em 2018, resultaram na eleição de Bolsonaro, permitindo que a
extrema-direita chegasse ao Planalto.
Seis anos depois do impeachment, o Ministério Público
Federal arquivou o inquérito que apurada as ‘pedaladas fiscais’, argumento usado
pelos golpistas para derrubar a presidenta.
Outra articuladora do impeachment, a advogada Janaina
Paschoal, deputada estadual (SP) mais votada em 2018, concorreu ao Senado mas
conseguiu apenas 2% dos eleitores.
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