segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Por que ‘The Confessions Tour’ é tão aclamada até hoje?


Prazer! Meu nome é Raphael Paiva, tenho 26 anos e me tornei fã de Madonna através desta turnê no ano de 2006, quando este show estava sendo transmitido em um canal por assinatura. A pergunta que me fiz foi “O que esta senhora está fazendo?”. Eu fiquei chocado com a postura no palco, a forma de se entregar, o jeito carinhoso de tratar o público e toda a dinâmica de show que eu nunca tinha visto antes. A partir deste dia, tornei-me fã de Madonna.

"Quero transformar o mundo numa gigantesca pista de dança."
[Madonna]

Madonna neste espetáculo consegue misturar tudo em um só: voz, uso de instrumentos, dança espontânea (ex.: Let it will be), coreografias, dinâmica no palco, dinâmica com os dançarinos (ex.: Ray of light), sexualidade, erotismo, religião e polêmica (ex.: Live to tell). Madonna volta ao anos 70 com louvor e faz do Grupo ABBA e John Travolta (Embalos de Sábado a Noite) suas bases para o quarto bloco (Disco).

O que eu admiro em Madonna é o fato de nunca estar constante. A cada ano, a cada disco, a cada show, temos novidades, temos algo diferente a assistir. Tendo como base as três primeiras turnês de Madonna e as três do novo milênio, hoje eu analiso ‘The Confessions Tour’ como a ‘Blond Ambition Tour’ dos anos 2000. Por qual motivo? Madonna vai subindo, subindo, subindo, até que chega ao ápice.


- The Virgin Tour:
“Entrei no cenário musical. Sigo ordens! Deixa eu fazer tudo direito para não ser expulsa!”

- Who’s that Girl World Tour:
“Opa! Posso sair um pouco do script, até por que já sou conhecida e eles gostam de mim!”

- The Blond Ambition World Tour:
“Eu mando! Eu sou a Rainha!”

- Drowned World Tour:
“Voltei! Não vou pular muito para eles não se assustarem!”

- Re Invention Tour:
“Já voltei! Agora deixa eu repenetrar no cenário mundial!”

- The Confessions Tour:
“A Rainha voltou!”

Vocês podem não ter a ‘Blond Ambition Tour’ e a ‘The Confessions Tour’ como preferidas, mas, indiscutivelmente, elas são as diferenciais na carreira de Madonna.


Madonna soube crescer com os pés no chão. Ela soube criar as polêmicas nos momentos certos, oportunos. Ela soube jogar com a crítica. Ela não saiu criando músicas e lançando a toa. Imaginem se ela tivesse lançado ‘Erotica’ em 1984, ao invés de ‘Like a virgin’!? Provavelmente não teria dado certo, pois não fazia sentido jogar um álbum de teor erótico/romântico nos anos 80. Imaginem se Madonna tivesse feito um ‘MDNA Tour’ no ano de 2001 ao invés da ‘Drowned Tour’!? Provavelmente não teria dado o retorno merecido por cada ano de trabalho. Cada ano tem um contexto diferente e cada álbum foi muito bem explorado por Madonna.


Voltando à turnê das Confissões, ela se divide em 4 blocos que se unem precisamente e sem serem cansativos. Preciso destacar alguns pontos:

- O show já começa com o globo descendo e Madonna saindo. Que abertura magnífica!

- Depois de 13 anos, temos a volta de ‘Like a Virgin’, mostrando que o trabalho de Madonna não envelheceu e continua vivo em seus fãs.

- O cenário para a performance de ‘Jump’.

- A polêmica crucificação de Madonna que faz menção à pobreza na África:

“Um país chamado Malawi, na África, é o tema para a luta contra pobreza divulgada por Madonna na turnê. É o segundo país mais pobre do mundo e sofre com a pobreza, doenças, abandono e quase todos são infectados pela AIDS, sífilis, malária etc. Com cerca de 12 milhões de habitantes, 30% são crianças infectadas com AIDS e vivem na miséria. Madonna e o Centro de Kabbalah doaram 3 milhões de dólares ao projeto "Raising Malawi" para iniciar uma ajuda no país. Também é previsto a construção de um orfanato para as crianças que perderam seus pais.”
[Fonte: MadonnaOnline]

- ‘Like it or not’: Quer deixar Madonna feliz? Deem uma cadeira! Quando me perguntam porque gosto de Madonna ou por que acho que ela é Rainha do Pop eu simplesmente respondo: “Uma mulher que consegue agitar o povo com uma cadeira e uma microfone, merece o título de rainha!”

- A espontaneidade de ‘Lei it will be’.

- ‘Music Inferno’: para mim, a melhor versão de ‘Music’. A coreografia com patins e a roupa de ‘Embalos de Sábado a Noite’. Tudo precisamente definido.

- ‘Erotica/You Thrill Me’: Madonna traz de volta a demo e em uma única música consegue misturar sensualidade, erotismo e balé.

- ‘La isla bonita’: para mim, a melhor performance até hoje. Tem também a da ‘Stick and Sweet Tour’, que é magnífica, mas ainda prefiro esta.

- Dizem que em toda turnê nova (pós-2000), Madonna pega uma música boa e estraga. Sinceramente, ‘Lucky Star’ me confirmou isto. Em minha opinião, ficou sem sentido. Madonna vai crescendo no palco. No êxtase, parece que ela diz/pensa assim ‘Ah! Vou descansar um pouco!”, e coloca ‘Lucky Star’.

- Finaliza o show com chave de ouro ao som da gloriosa ‘Hung Up’.

Em resumo: é um show que vale a pena ser assistido! Não só assistido... ele deve ser apreciado. Cada parte do show deve ser degustado.

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