COPA DO QATAR E OS VIADINHOS:
UMA
DIFÍCIL UNIÃO!
Tenho visto, com o início da Copa do
Qatar e os jogos em andamento, muitas notícias de que torcedores foram barrados
por portarem algum objeto/utensílio com as cores do arco íris, uma referência à
comunidade LGBTQIA+. Muitas pessoas, nos comentários, têm reclamado do modo de
vida da sociedade do país, apontando repressão à homossexualidade.
Sigamos para dois pontos de vista:
01. Qual a dificuldade de seguir regras?
Qual a dificuldade de você saber que está em outro país, outra cultura, outro
tipo de vivência? Eu moro em um condomínio com aproximadamente 4 mil pessoas. No
grupo do WhatApp foi levantado a questão de que crianças acima de 10 anos não
podem brincar no parquinho. É norma! É regra antiga do Parque Residencial. Se você
quer mudar, leva a pauta para a próxima assembleia e tenta mudar. E o que se
viu no grupo foi um monte de pais dizendo “Eu pago condomínio e meu filho vai
brincar no parquinho, sim!”. O problema do brasileiro é que nós não obedecemos.
Para a gente, tudo é carnaval, putaria e futebol. Tudo é bagunça. Aqui tudo
pode. Enquanto os japoneses limpam a sujeira no estádio, nós transamos na rua
durante o Carnaval.
Vale ressaltar: que tipo de cidadão você
está criando e quer ver no futuro com este tipo de atitude onde tudo que ele
quer é possível, vai acontecer!?
Resumindo: Respeitem a cultura do país! Respeitem
a leis/regras/normas do Qatar! Respeitem a soberania do país!
02. Logo no início do Copa do Qatar,
levantou-se a proposta de jogadores entrarem em campo com uma braceleira com as
cores da comunidade LGBTQIA+. Alguns países apoiaram, outros negaram, como o
Brasil. O que essa atitude resultaria para os homossexuais do Qatar?
Provavelmente, nada. Mas esse seria o início de uma possível futura mudança na
sociedade. Na verdade, eu analiso que o intuito deste projeto não foi afrontar
a sociedade e os políticos do país. O objetivo foi demonstrar para os
homossexuais de lá que eles estão sendo vistos, que eles possuem pessoas aqui
em outros lugares que os apoiam, que os abraçam. Mas tudo tem que ter um
início. Por exemplo: a Homofobia não era crime de acordo com a nossa Constituição.
E só quem tinha o poder de mudar isto era o Congresso. Porém, o STF analisou
que o Congresso nunca iria votar este projeto. Então ele entrou na frente,
pegou a pauta e votou. Hoje, homofobia é crime. Ou seja, tudo tem que ter uma
iniciativa.
Em resumo, infelizmente nestes países, a
homossexualidade ainda é errado. Nestes países ainda tem muita repressão. E nós
não podemos fazer quase nada. Ao meu ver, esta proposta de colocar o bracelete
e mostrar apoio à causa seria ideal para o momento, visto que nem afronta a
política de lá e nem é muito exagerado. Mas, com certeza, por trás de um
simples “Não quero por este bracelete!”, há muita hipocrisia, preconceito e, claro,
dinheiro.
E, para terminar, vale salientar que
você não precisa ser homo afetivo para tentar entender a causa, respeitar e até
defender.
Sigamos e vamos ver no que vai dar!
Torço para que todos os países consigam,
um dia, se tornar livres das amarras da política e da religiosidade
fundamentalista e extremista!
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2022
Raphael Paiva
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