Tarifa
de Trump: taxa de 50% contra o Brasil tem longa lista com quase 700 exceções;
veja quais
Alimentos,
combustíveis, aviões e veículos não estarão sujeitos à tarifa extra de 40%
sobre produtos brasileiros, totalizando 50%, anunciada por Donald Trump. Medida
começa a valer no dia 6 de agosto.
Por
Rafaela Zem, g1 — São Paulo
30/07/2025
15h59 Atualizado há 2 semanas
O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um
decreto que oficializa a imposição de uma tarifa extra de 40% sobre produtos
brasileiros, totalizando 50%. Apesar disso, o governo americano decidiu deixar
quase 700 itens sem a cobrança extra. (confira na lista abaixo)
A
lista de produtos que não serão sobretaxados foi divulgada juntamente com o
decreto oficial assinado por Trump e inclui suco de laranja, combustíveis,
veículos, aeronaves civis e determinados tipos de metais e madeira.
As exceções constam no anexo da ordem executiva e passam
a valer a partir da data de entrada em vigor da medida.
No
caso das aeronaves, a Embraer foi a maior beneficiada. Os americanos são
responsáveis por 45% das vendas de jatos comerciais e 70% das de jatos executivos
da fabricante brasileira. As ações da empresa dispararam 10% com a entrada do
setor aeronáutico entre as exceções.
A
nova tarifa deve impactar de forma significativa as exportações brasileiras. No
entanto, a lista de exceções pode representar um alívio para setores como o
aeronáutico, o energético e o agrícola.
Veja
os principais itens que não serão sobretaxados em 40%
✈️
Artigos de aeronaves civis: Estão isentas todas as aeronaves civis (não
militares), seus motores, peças, subconjuntos e simuladores de voo. A lista
inclui desde tubos e mangueiras até sistemas elétricos, pneus e estruturas
metálicas.
🚗 Veículos e peças específicas: A
tarifa não se aplica a veículos de passageiros, como sedans, SUVs, minivans e
vans de carga, além de caminhões leves e suas respectivas peças e componentes.
Eletrônicos:
Smartphones e outros telefones para redes celulares ou sem fio, antenas e
refletores de antena, aparelhos de gravação e reprodução de som e vídeo, entre
outros.
🏗️ Produtos específicos de ferro, aço,
alumínio e cobre: Produtos e derivados desses metais, incluindo itens
semiacabados e componentes industriais, também estão fora da nova alíquota.
🌾 Fertilizantes: Fertilizantes
amplamente utilizados na agricultura brasileira estão isentos da tarifa
adicional.
🌰 Produtos agrícolas e de madeira: A
lista inclui castanha-do-brasil, suco e polpa de laranja, mica bruta, madeira
tropical serrada ou lascada, polpa de madeira e fios de sisal ou de outras
fibras do gênero Agave.
⚙️
Metais e minerais específicos: Estão isentos produtos como silício, ferro-gusa,
alumina, estanho (em diversas formas), metais preciosos como ouro e prata, ferroníquel,
ferronióbio e produtos ferrosos obtidos por redução direta de minério de ferro.
🔋 Energia e produtos energéticos: A
tarifa não se aplica a diversos tipos de carvão, gás natural, petróleo e
derivados, como querosene, óleos lubrificantes, parafina, coque de petróleo,
betume, misturas betuminosas e até energia elétrica.
🔧 Bens retornados aos EUA: Artigos que
foram exportados para reparo, modificação ou processamento e que retornam aos
Estados Unidos sob certas condições também estão isentos, com exceções
específicas para o valor agregado.
🚢 Bens em trânsito: Produtos que já
estavam em trânsito antes da entrada em vigor da ordem — desde que cheguem aos
EUA até 5 de outubro — não serão afetados pela nova tarifa.
🧳
Produtos de uso pessoal: Itens incluídos na bagagem acompanhada de passageiros
que chegam aos Estados Unidos estão isentos da alíquota adicional.
🆘 Donativos e materiais informativos:
Doações de alimentos, roupas e medicamentos destinados a aliviar o sofrimento
humano estão isentas, salvo se o presidente considerar que representam risco à
segurança nacional. Também estão livres da tarifa materiais informativos como
livros, filmes, CDs, pôsteres, obras de arte e conteúdos jornalísticos.
Veja
a lista de produtos brasileiros isentos do tarifaço de Trump
Exceções
amenizam, mas não resolvem
O
secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quarta que as
exceções são um sinal positivo, mas ressaltou que isso não significa que o
impacto sobre a economia brasileira será pequeno.
"Representa
um cenário mais benigno do que poderia ser, numa tarifa mais ampla. Não quer
dizer que tenha impactos pequenos, ou que não tenha efeito relevante, isso precisa
ser processado de forma mais ampla", afirmou.
O
secretário participa das discussões sobre o plano para mitigar os efeitos do
tarifaço na economia brasileira. Ceron destacou que alguns dos produtos isentos
são relevantes também para a economia dos próprios EUA.
O
secretário afirmou ainda que o plano do governo para mitigar os efeitos do
tarifaço já está pronto, e que agora aguarda a decisão do presidente sobre o
momento adequado para o anúncio.
Com
as exceções previstas no tarifaço, Ceron acredita que o plano não precisará de
grandes ajustes, já que foi concebido para ser flexível e atender, de forma
proporcional, os setores mais impactados pelas tarifas impostas por Trump.
Sobre
as taxas
A
decisão de aplicar a tarifa foi tomada pelo presidente Donald Trump, que
assinou uma ordem executiva e declarou uma nova emergência nacional para
justificar a medida.
Segundo
o governo dos EUA, o Brasil adotou ações recentes que representam uma ameaça à
segurança nacional, à economia e à política externa americana. Por isso,
decidiu elevar em 40 pontos percentuais a tarifa já existente, que agora
totaliza 50%.
A
ordem executiva também traz duras críticas ao governo brasileiro. De acordo com
o texto, o Brasil estaria promovendo perseguição política contra o ex-presidente
Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de adotar práticas que violam direitos
humanos e enfraquecem a democracia.
O
documento menciona nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), acusando-o de emitir ordens sigilosas para obrigar
empresas americanas a censurar discursos políticos, fornecer dados de usuários
e alterar suas políticas internas sob ameaça de sanções.
Um
dos casos citados é o de Paulo Figueiredo, residente nos EUA, que estaria sendo
processado criminalmente no Brasil por declarações feitas em território
americano.
Além
da tarifa, o presidente Trump determinou, em 18 de julho, o cancelamento dos
vistos de Alexandre de Moraes, de outros ministros do STF e de seus familiares.
Link
da Reportagem: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/07/30/taxa-dos-eua-tem-excecoes.ghtml
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