sexta-feira, 2 de julho de 2021

É #FAKE mensagem que fala em mais de 20 óbitos em 24h por reações a vacinas registrados pela Anvisa

É #FAKE mensagem que fala em mais de 20 óbitos em 24h por reações a vacinas registrados pela Anvisa

Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirma que informação não é verdadeira e esclarece que os dados públicos de notificações do uso de vacinas contra o coronavírus não indicam qualquer relação com eventos adversos graves. 'Até o momento, não há nenhum caso de óbito conhecido que tenha relação estabelecida com o uso das vacinas para Covid-19 autorizadas no país.'

Por Roney Domingos
 
02/03/2021 20h55  Atualizado há 3 meses

Circula pelas redes sociais um texto que afirma que a Anvisa registrou 26 óbitos decorrentes das vacinas em apenas 24 horas. É #FAKE.
 
Procurada pelo G1, a Anvisa afirma que "esta informação não é verdadeira" e que fez "uma nota a respeito dessa distorção de dados".
 
A nota oficial da Anvisa afirma que "os dados públicos de notificações do uso de vacinas para Covid-19 não indicam qualquer relação das vacinas com eventos adversos graves ou óbitos no país". "O uso de dados de forma descontextualizada ou sem a interpretação técnica necessária pode levar a conclusões falsas."
 
O texto explica que "a avaliação benefício-risco leva em conta um conjunto grande de informações e os registros informados pelos usuários são apenas uma dessas fontes". "As outras envolvem os relatórios de segurança das fabricantes, os sinais de segurança gerados pelo modelo matemático da Organização Mundial de Saúde (OMS), a troca de informações com outras autoridades regulatórias e a discussão em grupos de especialistas."
 
"Até o momento, não há nenhum caso de óbito conhecido que tenha relação estabelecida com o uso das vacinas para Covid-19 autorizadas no país. As vacinas em uso no país são consideradas seguras. Não houve alteração na relação de risco e benefício deste produto. Já é esperado que pessoas venham a óbito por outros motivos de saúde e mesmo por causas naturais, tendo em vista a taxa de mortalidade já conhecida para cada faixa etária da população brasileira."
 
A nota da Anvisa diz ainda que "as notificações sobre vacinas e medicamentos são enviadas à Anvisa principalmente por profissionais e serviços de saúde, além dos próprios fabricantes que são obrigados a comunicar os eventos suspeitos e que possam ser graves". "Estes dados são utilizados pela Anvisa como subsídio para o seu processo de monitoramento. Como são dados notificados por terceiros, eles são considerados de menor evidência científica e servem apenas como sinalizadores para o trabalho de monitoramento da Anvisa. A análise completa envolve os processos mencionados anteriormente."
 
Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e integrante da Comissão de Epidemiologia da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), José Cássio de Moraes aponta que as pessoas que estão sendo vacinadas pertencem ao grupo de maior risco por serem idosas.
 
"Dados de 2019 mostram que no Brasil morrem por dia 1.123 idosos com 80 anos ou mais, ou seja, 46 por hora. A cada dia de vacinação, morrem mais de mil pessoas por outras causas. Portanto, uma associação temporal com a vacinal é esperada. A vacina da Covid não elimina a mortalidade por todas as causas. As características das vacinas disponíveis no Brasil não causam óbito."

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