Política
PARA DELATAR, MAURO CID PEDIU MÁXIMO DE 2 ANOS DE PRISÃO
E PERDÃO À FAMÍLIA
Anna Satie | Do UOL, em São Paulo
19/02/2025 11h57 | Atualizada em 19/02/2025 13h37
O ministro do STF Alexandre de Moraes tirou hoje (19) o
sigilo sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os documentos mostram quais foram os
benefícios pedidos pelo militar para contribuir com as investigações.
O que aconteceu
- Cid pediu perdão judicial ou máximo de dois anos de prisão. Além disso, ele queria a restituição de bens e valores apreendidos, e que esses benefícios também se estendessem ao pai, esposa e filha dele.
- Tenente-coronel também pediu que a PF garantisse a segurança dele e da família, além do sigilo do conteúdo da delação. A delação foi homologada em setembro de 2023, e a concessão dos benefícios cabe à Justiça, no julgamento da ação penal.
- PGR enviou a denúncia ontem (18) ao STF, e o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, deu 15 dias para os envolvidos se manifestarem. Depois desse tempo, ele ainda deve analisar o relatório e liberá-lo para julgamento. Então, a Primeira Turma do STF, composta por Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux, decidirá se aceita a denúncia e instala uma ação penal.
- Cid depôs à PF sobre ao menos sete investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. São elas:
- tentativa de golpe de Estado;
- desvio das joias recebidas por autoridades estrangeiras para enriquecimento ilícito;
- fraude no cartão de vacinação contra covid-19;
- uso da estrutura do Estado para atacar opositores, por meio do chamado "gabinete do ódio";
- ataques às vacinas contra covid-19 e medidas sanitárias na pandemia;
- ataques à urna eletrônica e ao processo eleitoral brasileiro e
- uso de cartões corporativos para pagamento de despesas pessoais.
- O UOL procurou a defesa de Bolsonaro para se manifestar sobre a delação de Cid. Se houver resposta, o texto será atualizado. Ontem (19), os advogados do ex-presidente afirmaram em nota que a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) é "precária e incoerente" e que não foram encontradas provas que o ligassem aos crimes mencionados na acusação.
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