STF
manda soltar 15 integrantes de quadrilha que opera tráfico de drogas em galerias
de Campinas
Beneficiados
por Habeas Corpus haviam sido presos e condenados no âmbito da Operação
Sumidouro.
Por
g1 Campinas e Região
19/11/2024
18h28 Atualizado há 4 meses
O
Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a soltura de 15 condenados pela
Justiça acusados de integrar a quadrilha que chefia o tráfico de drogas em
bairros de Campinas (SP), incluindo a Vila Formosa, onde criminosos usam
galerias de águas pluviais para o comércio de entorpecentes.
Os
beneficiados pelo Habeas Corpus (HC) haviam sido presos e condenados no âmbito
da Operação Sumidouro, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (SP) em
2023, e estavam em prisão preventiva ou em prisão domiciliar enquanto
aguardavam o julgamento de recursos. Entenda abaixo a decisão.
O
g1 apurou que a Justiça de Campinas foi informada nesta terça-feira (19) sobre
a decisão do STF. Assim que os alvarás de soltura forem expedidos, a Secretaria
de Administração Penitenciária deve soltar os presos, caso não tenha contra
eles outra ordem de prisão.
Entre
as pessoas beneficiadas pelo HC, estão homens e mulheres apontados pelo
Ministério Público Estadual (MP-SP) como responsáveis por pontos de tráfico na
metrópole. Segundo a investigação, a célula da organização criminosa em
Campinas era chefiada por Claudemir Antonio Bernardino da Silva, conhecido como
Guinho.
Claudemir,
que não foi beneficiado nessa decisão e vai continuar preso, é sobrinho de
Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, sequestrador e traficante condenado
apontado pelo Ministério Público um dos chefes da facção criminosa PCC.
Anotações
do tráfico de drogas em galeria pluvial de Campinas — Foto: Baep
ENTENDA
A DECISÃO DO STF
Segundo
o processo, os quinze integrantes da quadrilha foram condenados em primeira
instância, à pena correspondente ao regime inicial semiaberto, por organização
criminosa e associação ao tráfico.
Desta
forma, segundo a decisão do ministro Edson Fachin, a lei não permite que eles
sejam submetidos à prisão preventiva ou domiciliar porque elas são mais graves
do que o regime semiaberto.
"[...]
não há como conciliar a manutenção da prisão preventiva com a imposição de
regime penal menos gravoso que o fechado", apontou o ministro Fachin.
A
INVESTIGAÇÃO
Dinheiro
apreendido com sobrinho de Andinho em condomínio de Campinas — Foto: Ministério
Público
A
investigação sobre a quadrilha começou em abril de 2022 quando Claudemir foi
preso em uma mansão em condomínio fechado no distrito de Sousas, em Campinas.
Durante a ação, celulares, anotações de contabilidade do tráfico, armas de fogo
e R$ 308 mil foram apreendidos.
Após
a análise desse material, a investigação do MP-SP conseguiu levantar provas que
ele era o responsável por chefiar vários pontos do tráfico de drogas em
Campinas e, a partir disso, deflagrou a Operação Sumidouro.
"Após
perícia levada a efeito nos aparelhos eletrônicos apreendidos, verificou-se a
existência de enorme quantidade de conversas com inúmeros indivíduos,
demonstrando-se o vínculo associativo entre todos e a atuação no tráfico de
drogas comandado por Claudemir na cidade de Campinas", diz trecho da
sentença.
OPERAÇÃO
SUMIDOURO
Pertences
de organização criminosa que traficava drogas em galerias pluviais de Campinas
— Foto: Baep
A
Operação Sumidouro foi deflagrada em julho de 2023 pelo Gaeco com o apoio de
policiais do Batalhão de Ações Especias (Baep). À época, foram, foram cumpridos
26 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão em Campinas (SP), Paulínia
(SP), Hortolândia (SP), Valinhos (SP), Sumaré (SP), Presidente Prudente (SP) e
Itatiba (SP).
Em
Campinas, os mandados foram cumpridos nos bairros São Fernando, Jardim
Itatiaia, Vila Formosa e Jardim Paranapanema. Em um desses endereços, os
agentes apreenderam 5 milhões de microtubos vazios para embalo de drogas.
Além
do dinheiro e dos microtubos, foram apreendidos celulares, computadores e
drogas. O material apreendido e passou por perícia. À época, a promotoria de
Justiça explicou que o nome "Sumidouro" foi dado à operação em alusão
à forma como o grupo atuava, por meio das galerias pluviais.
Link
da Reportagem: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2024/11/19/stf-manda-soltar-15-integrantes-de-quadrilha-que-opera-trafico-de-drogas-em-galerias-de-campinas.ghtml
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