segunda-feira, 10 de junho de 2019

RESENHA CRÍTICA “O MONGE E O EXECUTIVO”


TITULO:
OS PRIMEIROS PASSOS PARA LIDERAR



OBRA:
O MONGE E O EXECUTIVO



RIO DE JANEIRO
2017



RESENHA CRÍTICA “O MONGE E O EXECUTIVO”

HUNTER, James C - O monge e o executivo, Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2004.

1. CREDENCIAIS DO AUTOR
James C. Hunter é Consultor Chefe da J. D. Associados, uma empresa de consultoria de relações de trabalho e treinamento. Com mais de 20 anos de experiência, Hunter é muito solicitado como instrutor e palestrante, principalmente nas áreas de liderança funcional e organização de grupos comunitários. Atualmente, ele mora em Michigan com a esposa e a filha. Sua obra “O monge e o executivo” vendeu mais de três milhões de exemplares no Brasil, tornando-se o maior sucesso de vendas da Editora Sextante. Outras obras escritas pelo autor são “Como ser um líder servidor” e “De volta ao mosteiro”.

2. RESUMO DA OBRA
Apesar de o livro “O monge e o executivo” ter sido publicado há quase 20 anos, estratégias de liderança abordadas nele por James Hunter ainda podem ser utilizadas hoje no desenvolvimento de um perfil de líder nas organizações. Um olhar mais humano por parte de um líder pode influenciar diretamente um resultado final plenamente satisfatório.

3. INTERPRETAÇÃO
CAPITULO 1 – AS DEFINIÇÕES
Ao passar por uma série de crises no trabalho, com a esposa e com seus dois filhos, John Daily decidiu conhecer um mosteiro. Lá encontra Leonard Hoffman, um grande empresário bem sucedido que, no topo de sua carreira e logo depois de perder sua esposa, resolveu tornar-se monge, passando a se chamar Simeão. Todos os dias, John tinha aulas com Simeão sobre os princípios de liderança. Este ressaltava que o ato de ouvir é uma das principais habilidades de um líder. O monge explica que a palavra líder é preferível a gerente, pois gerência não é algo que você faça para os outros; você não gerencia seres humanos, gerencia coisas e lidera pessoas. Leonard, o monge Simeão, definiu ‘liderança’ como uma habilidade de influenciar pessoas. Além disso, é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida por alguém que queira e que pratique. Simeão destacou também sobre a diferença entre poder e autoridade. O vocábulo ‘Poder' é a imposição pela força, no qual alguém faça alguma coisa independente de sua vontade. A determinação é cumprida para que não haja punições ou algum tipo de retaliação. Já o termo ‘Autoridade’ é a habilidade de levar as pessoas a fazer de boa vontade o que você quer que elas façam. Falou também sobre as qualidades do líder, dos desafios e tudo que precisa ser trabalhado. Simeão ainda ratifica que liderar é conseguir que as coisas sejam feitas através das pessoas. Logo, deve-se atentar ao mesmo tempo tanto para as tarefas quanto para os relacionamentos. Para certificar a liderança, é necessário executar as tarefas enquanto se constroem os relacionamentos.

CAPITULO II - O VELHO PARADIGMA
Neste capítulo, Simeão conversa com John sobre sua mania de interromper as pessoas quando elas falam e de como ele deveria trabalhar isso. Fala também sobre Paradigmas que são padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida e que podem ser inestimáveis e que podem se tornar perigosos se os tornarmos verdades absolutos. Existem velhos e novos paradigmas. Apegar-se a paradigmas ultrapassados pode deixar-nos paralisados, visto que o mundo não para em nenhum sentido da palavra. Falou sobre o velho paradigma da administração em forma de pirâmide no qual o presidente está no topo seguido pelos vice-presidentes, os gerentes intermediários, os supervisores e na base da pirâmide ficam os empregados. Este paradigma é chamado de cima para baixo, onde todos querem agradar aos chefes. Porém, não deveria ser assim, visto que o cliente deveria estar no topo da pirâmide. Por conseguinte, este é o novo paradigma da administração atual com o cliente no topo seguido dos empregados, supervisores, gerentes intermediários, vice-presidentes e presidente. Neste novo paradigma, o papel do líder é servir, e não impor regras e ordens. Em outra aula falaram sobre as necessidades humanas comparadas com a teoria das necessidades humanas de Maslow, nas quais as necessidades do nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Assim, pagar um salário justo e dar os benefícios satisfariam às necessidades de comida, água e teto.

CAPÍTULO III - O MODELO
No encontro matinal de terça feira, Simeão pergunta a John o que ele tem aprendido. Este confessa sua irritação com Greg, visto que este está incrédulo com os ensinamentos de Simeão, impondo-lhe, assim, uma pergunta, que seria de por que ele não impedir que Greg assistisse suas aulas. Então Simeão conta sobre a difícil lição que ele teve de seu primeiro mentor de negócios e a importância da diversidade de opiniões. Ele era muito jovem quando foi vice-presidente de uma empresa e defendia, a todo custo, a teoria de administração mais democrática e aberta. E os outros dois vice-presidentes exigiam políticas e procedimentos mais duros. Nas reuniões, quando se tratava das questões dos empregados, eles entravam em conflitos. Após uma reunião meio exaltada, ele perguntou ao Presidente da empresa por que não despedia os outros dois vice-presidentes, para que as reuniões ficassem mais respeitosas e produtivas. E foi aí que veio a lição: ele disse que era muito importante a opinião deles, porque a divergência de opiniões ajudava-o a manter o equilíbrio da empresa. Depois, Simeão contou a John que não foi permitido que ele tomasse o café da manhã com ele, deixando-o aborrecido. Mais tarde, no horário da aula, Teresa perguntou a Simeão quem ele acreditava ser o maior líder de todos os tempos, e ele respondeu “Jesus Cristo”. Ela disse que essa opinião era pelo fato dele ser cristão. O sargento Greg interrompe e diz que ele está ali para aprender alguma coisa sobre liderança e não para falar sobre Jesus. Simeão questiona Greg se ele gostou da definição de liderança que eles deram a dois dias atrás. Greg responde que sim e que ele mesmo contribuiu para a definição que era: “a capacidade de influenciar pessoas a trabalharem entusiasticamente na busca dos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. Simeão, então, explica sua resposta: que não conhece ninguém vivo ou morto que possa personificar essa definição a não ser Jesus Cristo e que mais de dois bilhões de pessoas do planeta se dizem cristãos, que dois dos maiores dias santos do País, Natal e Páscoa, são baseados em eventos da vida de Jesus, e que até o calendário conta os anos a partir do nascimento dele há mais de dois mil anos e, com tudo isso, ninguém poderia negar a influência de Jesus. A treinadora sugeriu a Simeão que descrevesse seu estilo de liderança. Simeão confessa que é o estilo copiado de Jesus - um modelo de liderança a serviço - e desenha uma pirâmide de cabeça para baixo dividindo em cinco partes. Na parte de cima colocou ‘Liderança’ e seguiu descrevendo ‘Autoridade’, ‘Serviço’ e ‘Sacrifício’, ‘Amor e Vontade’ e explica que a liderança que se exerce a longo prazo, superando o teste do tempo, deve ser construída com autoridade, e que até se pode aproveitar do fato de ocupar um lugar de poder, mas estará comprometendo os relacionamentos e dificultando o exercício e a aceitação da influência. ‘Autoridade’ era a capacidade de levar as pessoas a realizarem a sua vontade de bom grado sempre se construindo sobre ‘serviço’ e ‘sacrifício’. Exemplifica falando de como Gandhi usou influência para libertar a Índia e o quanto se sacrificou, de Madre Tereza de Calcutá, que exerceu grande influência no mundo através do serviço, e outros personagens históricos. Mas Greg insiste que não entendeu como exercer influência e autoridade sem poder. Simeão compreende que a dificuldade dele também deve ser a dos colegas e segue explicando que no processo de satisfazer as necessidades será preciso frequentemente fazer sacrifícios por aqueles que servimos. Em resumo, a liderança que vai perdurar deve ser baseada na influência e na autoridade. A autoridade se estabelece ao servir aos outros e sacrificar-se por eles. E o serviço que prestamos tem origem na identificação e satisfação das necessidades legítimas. Neste processo de satisfação das necessidades será preciso regularmente fazer esforços por aqueles que servimos. Os serviços e sacrifícios se constroem através do amor, que é fundamentado na vontade. As boas intenções do mundo nada são sem ações. Apenas quando as nossas ações estiverem de acordo com as nossas intenções é que nos tornaremos pessoas harmoniosas e líderes coerentes. Este é o modelo para liderar com autoridade.

CAPITULO IV - O VERBO
Neste capitulo podemos ver que o amor está ligado à liderança. Para liderarmos pessoas temos que ter afeto por elas, pois amar pode ser definido como o ato de doação aos outros, identificando e atendendo a suas legítimas necessidades. Devemos tratar todos os liderados com respeito para se sentirem importantes e para se ter um bom relacionamento. Saber observar, ouvir, compreender seus problemas, identificar e satisfazer as suas necessidades para a organização, saber perdoar sem rancor, nem mágoas, mas sim sendo realista e mostrando para eles que algo ruim aconteceu. O líder deve ser um exemplo para seus liderados, deve fazer com que eles se responsabilizem por suas tarefas. O líder elogia seus liderados afim destes se sentirem melhor e até trabalharem com mais entusiasmo. O líder deve ser honesto e confiável. Deve ter compromisso para um crescimento e aperfeiçoamento de seus liderados.

CAPÍTULO V - O AMBIENTE
Na quinta-feira John chegou à capela 15 minutos mais cedo e ficou orgulhoso de si mesmo, pois conseguiu chegar a uma reunião antes de Simeão. Sentou-se e ficou pensando no que Rachel havia falado na ligação que ele havia feito na quarta-feira. Logo Simeão (Leonard Hoffman) sentou-se ao seu lado e ficaram conversando novamente sobre amor. Simeão disse que em um versículo do evangélico dizia: “Ame seu próximo como a si mesmo”. Colocar nosso próximo em primeiro lugar é estar atento às suas necessidades. E não devemos ficar felizes com a infelicidade alheia. Simeão começou a palestra. Vamos mudar um pouco de assunto e falar sobre a importância de criar um ambiente saudável para as pessoas crescerem e terem sucesso. Usou a metáfora de plantar um jardim. Para que nosso jardim cresça, temos que criar um ambiente saudável para ele se desenvolver. Trabalhar o solo, adubar, plantar as sementes, regar, livrar de pragas e capinar de tempo em tempo. Com isto, colhemos flores e frutos. As pessoas, para obterem crescimento, precisam estar em um ambiente saudável. Os jardins precisam de atenção constante, precisam ser adubados com considerações, reconhecimentos e elogios. Se tivermos os cuidados adequados, com certeza colheremos frutos saudáveis. Entretanto, não podemos achar que os frutos aparecerão rapidamente, pelo contrário, muitos desistem no meio do caminho. Temos que saber que eles necessitam de um tempo para se desenvolver. É por isto que o comprometimento é tão importante para o líder. Nunca devemos punir uma pessoa em público, pois, além de a envergonhar na frente de seus amigos e colegas, aqueles que assistem ficam se perguntando: “Quando será minha vez?”, gerando um ambiente constrangedor. Quando ocorre o contrário, fazemos bem a quem elogiamos e com isto, todos estão sempre observando o que o líder faz e se espelhando nele. No intervalo para o almoço, John ficou refletindo sobre tudo que estava aprendendo e pensando em suas atitudes anteriores. Na volta, outra metáfora foi usada: a de contas bancárias relacionais. Seria comparar o relacionamento de pessoas com uma conta bancária. Quando fazemos elogios, por exemplo, fazemos depósitos, e quando punimos em público, fazemos retiradas. As pessoas têm alta opinião de si mesmas, por este motivo temos de cuidar antes de fazermos retiradas por que o custo pode ser muito alto. Simeão relata que quando era chamado para resolver problemas de Companhias que estavam em dificuldades, fazia sempre um levantamento de atitudes de empregados, depois fazia comparações dos levantamentos por departamentos e chegava à conclusão que a área que estava saudável era a que tinha um líder que se responsabilizava por sua pequena área de influência e isso fazia toda diferença. Você como líder pode determinar o comportamento de seus funcionários. Você os faz usar os equipamentos de segurança, tem políticas e procedimentos que devem ser seguidos, seguir horários estabelecidos etc. Assim, você estará normatizando o comportamento de seus liderados. Mas é bom compreender que não podemos mudar ninguém. Dá-se a motivação, mas as pessoas que devem fazer as próprias escolhas para mudar. Lembre-se do princípio do jardim, no qual não fazemos o crescimento ocorrer; damos o ambiente saudável.

CAPÍTULO VI - A ESCOLHA
O comportamento das pessoas vem através das escolhas que cada uma faz, pois quando nos comprometemos a concentrar atenção, tempo, esforço e outros recursos em alguém ou algo durante certo tempo, começamos a desenvolver sentimentos pelo objetivo de nossa atenção, ou, em outras palavras, tornamo-nos “ligados” a ele. Além disso, vale ressaltar que todos nós somos responsáveis por nossos atos, e, quando temos algum problema, sempre tentamos achar o causador desse problema. Uma citação muito bem colocada é “dissemos que o caminho para a autoridade e a liderança começa com a vontade. A vontade são as escolhas que fazemos para aliar nossas ações as nossas intenções. E ao final, todos têm que fazer escolhas a respeito de nosso comportamento e aceitar a responsabilidade por essas escolhas”. Os estágios pelos quais todos nós passamos. 1) Inconsciente e sem habilidade: esse estágio consiste em você ignorar o comportamento e o hábito. Ex.: antes de tomar o primeiro drinque ou fumar seu primeiro cigarro. 2) Consciente e sem habilidade: neste, cada um já toma consciência de um novo comportamento, mas ainda não desenvolveu a prática. Ex.: é quando você já fumou seu primeiro cigarro, ou bebeu, e isso caiu mal. 3) Consciente e habilitado: neste já está tornando você mais experiente e sente-se confortável com o novo comportamento ou prática. Ex.: quando você saboreia um cigarro ou uma bebida, e quando um pianista não precisa mais olhar para o teclado. 4) Inconsciente e habilidoso: este é o estágio que você não precisa pensar, pois você já faz tudo conforme a sua rotina. Ex.: escovar os dentes e usar o vaso sanitário de manhã é a coisa mais natural do mundo.

CAPÍTULO VII - A RECOMPENSA
A recompensa vem através de um bom diálogo, além de termos disciplina em tudo o que fazemos. Acima de tudo termos muito amor. Conforme um sábio cristão chamado Paulo escreveu há cerca de dois milênios, apenas três coisas importam: fé, esperança e amor. E acrescentou que a maior delas é o amor. Um ponto de vista muito interessante e que faz sentido é que todos nós nascemos com o egoísmo e, ao longo dos anos, tentamos superar este sentimento que nos deixa negativos. Talvez ‘serviço’ e ‘sacrifício’ sejam o tributo que pagamos pelo privilégio de viver. A grande alegria em lidar com autoridade é servir aos outros e satisfazer suas necessidades legítimas. É esta alegria que nos fortalecerá na jornada através deste acampamento espiritual que chamamos de Terra. E amar, servir e doar-nos pelos outros forçam-nos a sair do egocentrismo. Amar aos outros nos faz sair de nós mesmos. Amar aos outros força-nos a crescer.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E APRECIAÇÃO CRÍTICA DO RESENHISTA
O livro ‘O monge e o executivo’ é considerado um dos livros mais atuais no que se refere a ensinamentos de estratégias de liderança, podendo estas estratégias serem aplicadas tanto no mundo dos negócios quanto na vida cotidiana de cada um. O livro fala sobre a importância de se ser um bom líder e de como ele deve estar preparado para qualquer tipo de situação que venha a acontecer em uma organização. O autor descreve que o líder deve conhecer seus comandados e estar atento à personalidade de cada um. Outro fator importante é o relacionamento entre o líder e seus colaboradores, sendo necessário que haja um entrosamento para facilitar na resolução de problemas e também para que se tenha um bom relacionamento onde ambas as partes fiquem satisfeitas. Os ensinamentos contidos neste livro aplicam-se para várias situações do cotidiano organizacional, que podem ser vivenciadas entre colegas de trabalho e chefias dentro da organização. Aplicar estes princípios no mundo corporativo é de fundamental importância para que se obtenha sucesso, pois no decorrer dos sete capítulos são citados vários fatores que podem ser utilizados no processo de liderança, além de várias maneiras de planejar uma boa estratégia empresarial para se obter sucesso no mercado e na vida.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUNTER, James C. – O monge e o executivo / James C. Hunter - tradução Maria da Conceição Fornos de Magalhães. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.



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