Globo perde interesse comercial
e gospel
desaparece da programação
Ricardo Feltrin
15/10/2016 16h26
Atualizada em 16/10/2016 08h17
Não durou nem três anos o chamado
“movimento gospel” dentro da programação da Globo, em parceria com seu braço
fonográfico, a gravadora Som Livre.
Pelo segundo ano consecutivo, o gospel
está fora completamente da programação da Globo. Cantores evangélicos continuam
sendo raridade em programas da casa, e mais difícil ainda é ver algum deles em
novelas.
Por fim, a Globo também acabou com a
edição nacional do festival Promessas -- evento gospel regional e com desfecho
em rede nacional, para grande decepção da comunidade musical e evangélica.
No final da década passada (2008), a
Globo começou a se interessar no gospel, e tudo fazia sentido: a Igreja
Universal estava se livrando de seu plantel de artistas iniciando o fechamento
de sua gravadora gospel, a Line Records. Fechamento, vale dizer, por pura
implicância de Edir Macedo, que pessoalmente duvidava do poder da música como
um, digamos, auto de fé.
A Line não recebia investimento algum há
anos. Em vez de aproveitar a estrutura existente, não havia sinergia alguma no
Grupo Record. Ou seja, a despeito da Record (Universal) ter centenas de rádios
pelo país, quase nenhum artista da gravadora da igreja tocava nessas rádios.
A verdade é que, se quisesse, a Igreja
Universal do Reino de Deus poderia ter se tornado a dona do gospel no Brasil na
década passada, controlando o menu de artistas não só brasileiros, mas
internacionais, bem como sua execução (faturaria também com direitos).
Os momentos finais da gravadora Line
Records coincidem com o investimento da Globo em música gospel. A Som Livre,
entre 2010 e 2014, mais que triplicou seu portfólio gospel, e tudo indicava que
o estilo começaria a fazer parte da “cultura” musical global. Isso agora é só
história, pois o interesse da Globo em música gospel, tudo indica, já acabou.
@feltrinoficial
** Este texto não reflete,
necessariamente, a opinião do UOL.
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