FUI ASSALTADO! LEVARAM MEU CELULAR!
Hoje pela manhã, ao ir para o trabalho, quando passava
por Manguinhos, uma moto passou e levou o celular de um homem com roupa da
Light que estava na calçada. O cidadão ficou sem reação. Olhou para a moto e ‘simplesmente’
ficou parado. Aliás, vai fazer o quê? Em momentos como este, não se tem o que
fazer. Desculpem o termo que usarei, mas fiquei muito puto. Fiquei com
sentimento de impotência. O que uma pessoa que rouba um celular de um
trabalhador merece? Vagabundo.
Nosso país, com foco no Rio de Janeiro, está um caos,
porém nós já nos acostumamos com isto. É do nosso cotidiano lidar com a
barbárie e nós, cidadãos de bem, fingimos que está tudo bem. É inadmissível
você ir a um show em Copacabana, por exemplo, e você ver vários jovens em fila
passando tentando pegar os celulares. E o mais incrível é que eles passam bem
devagar, porque eles sabem que nada acontecerá.
Nossos políticos fazem algumas ações ‘para inglês ver’,
até porque, se alguém for para cima mesmo da bandidagem do Rio de Janeiro, provavelmente
será morto. Infelizmente, dentro das instituições públicas tem inúmeros
marginais infiltrados. Dentro da política, dentro das polícias.
Lamentavelmente, a ‘cultura da bandidagem’ tem há anos
atraído jovens. ‘Ser bandido’ dá prestígio, dá fama, dá mulheres (ou homens),
dá dinheiro. ‘Ser bandido’ é você ter reconhecimento da sua masculinidade, da
sua macheza. E a nossa cultura/arte atual tem estimulado isto. Como diz a ‘poesia’
interpretada pelo ‘cantor’ Oruam:
Não tenho medo
Eu sou filho do dono
Maior responsa de sujeito homem
De carro bicho eu fiz ela endoidar
E hoje aonde eu passo todas quer me dar
Tem outra ‘poesia’, mas desta vez interpretada pelo ‘cantor’
MC Poze do Rodo:
Oi, na VK os menor te acerta
Só soldado bom de guerra
Que te mira e não te erra
Só AKzão na favela
Com vários pentão reserva
Aonde entrar, cês leva
...
É bala nos três c*, é bala nos três c*
De 62 é só papum e os alemão aqui nem tenta
De Glock e de radin, fumando um baseadin
Destrava o G3zão que se piar, nós quebra
A solução, eu não tenho ideia. Porém, creio que se nosso
Código Penal fosse revisto, poderiam acrescentar penas mais severas para dar um
choque inicial nestes criminosos. Tinha que entrar alguém no Governo Estadual e
Federal que não tivesse medo de enfrentar. Porém, [1] a pessoa tem que ter uma
reputação ilibada e [2] elx não pode ter medo do que pode acontecer e não pode
ter receio de enfrentar o sistema. Até porque um vagabundo que está na rua
roubando um celular de um trabalhador é só a ponta do iceberg.
Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2025
Raphael Paiva
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