METRÔ RIO PAROU E O CARIOCA SE REBELOU!
Ontem (09/09/2025), devido à falha no
fornecimento de energia elétrica, o Metrô Rio parou de rodar entre as estações
de Pavuna e Maria da Graça (Linha 2). E, logicamente, virou um caos a volta
para casa depois de mais um dia cansativo de trabalho. Muitos trabalhadores
desceram em Maria da Graça para pegar outra condução para casa.
Eu peguei o ônibus 629, mais conhecido como ‘meia
vinte morte’. E é inacreditável como muitas pessoas se comportam como animais.
As pessoas entravam sem esperar outros saírem. Muitos aproveitaram a confusão
para entrar sem pagar. Outros, ao ver o ônibus parado, forçavam a porta para
abrir. Ônibus lotado, obviamente que o motorista não conseguia dar 100% de seu
trabalho. Quando ele não parava no ponto, gritos de ‘FDP’, ‘Viado!’, ‘Arrombado!’
entre outros eram proferidos. O motorista em questão levou de boa e ainda
zoava. Observa-se claramente que o brasileiro, com destaque para o carioca, com
seu jeitinho tosco de ‘malandro’, não merece ter o melhor.
Eu fiz um vídeo há uns anos mostrando a diferença
nas estações de metrô na Cidade do Rio de Janeiro. Como exemplo, disse que na
estação Engenho da Rainha tem duas escadas normais, um elevador, não tem
banheiro, não tem escada rolante, não tem nada. É o básico. Como diz um meme: ‘Este
é o mínimo e este será o máximo!’. Quando nos dirigimos à estação General
Osório (Ipanema), ela tem três andares construídos nas pedras, elevadores,
banheiros, quadros, sofás, escadas rolantes horizontais e verticais, música tocando.
E eu questionei o porquê de lá ter e na Zona Norte não. A resposta é óbvia: uma
parte dos brasileiros se comporta como animal. A palavra ‘destruição’ é algo
rotineiro. A prefeitura colocou caçambas de lixo em vários pontos da Avenida
Dom Helder Câmara, e já estão todas ou quebradas ou pichadas. A prefeitura
pinta algum lugar e, minutos depois, já vemos pichações. Nossa cultura é do
desprezo ao patrimônio, é da falta de zelo, falta de cuidado. Uma parte da
sociedade não vê nada demais em botar fogo em ônibus em manifestações. Uma
parte da nossa sociedade não vê nada demais em jogar lixo no chão (e ainda
dizem: ‘Estou dando trabalho para o Gari!’).
É claro que eu também vejo o lado do ‘pobre’,
trabalhador, cansado, que só quer receber seu salário, chegar a casa e ver a
família. Mas é inadmissível esta cultura da destruição que temos. E, muitas vezes,
isto vem de influenciadores, cantores e artistas, que no palco pregam esta
desordem em prol de algum ideal, mas em suas casas não tem um risco na parede.
E, para completar o combo, entraram no ônibus
dois jovens com aquele jeitinho ‘estranho’: chinelo, boné, roupão camuflado,
celular na cintura. Eles talvez não fossem bandidos, mas temos uma cultura
também de que ‘se fantasiar e se comportar como bandido’ é ‘estiloso’.
A solução? Vou repetir o de praxe: investir
em Educação. Infelizmente, nós também temos uma cultura de sexo, onde pessoas
fazem filhos e acham que o Estado é responsável pela criação deles. E, pior,
quando algum educador tenta dar ensinamento ou alguma ordem, estes responsáveis
(que são irresponsáveis) vão à escola refutar o Professor, Pedagogo,
Coordenador. Hoje em dia, punição a alunos não é mais visto como punição. Punição
é vista como diversão. A Educação deve vir de berço, do lar. Já que em muitos
não tem, vamos investir na educação básica. Um grande problema que vejo hoje é
que governos acham que investir em Educação é investir só em Universidade. E não!
Tem que começar desde o início.
Rio de Janeiro, 10 de setembro de 2025
Raphael Paiva
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