sábado, 4 de outubro de 2014

Como seria uma boa aula? - Trabalho de Didática [TEXTO-FOTOS-VÍDEO]


INTRODUÇÃO
É notório afirmar que hoje em dia há vários tipos de metodologias, formas de ensinar e de avaliar. Mas, apesar deste complexo campo pedagógico que temos à nossa disposição, ainda vemos na maioria das escolas e faculdades (públicas e particulares) métodos de ensino voltados para a Pedagogia Tradicional.
“Subestima-se a atividade mental dos alunos privando-os de desenvolverem suas potencialidades cognitivas, suas capacidades e habilidades, de forma a ganharem independência de pensamento”, escreve José Carlos Libâneo em seu conceituado livro ‘Didática’.
O fato, como mencionado, é: o aluno precisa ter sua independência de pensamento. A Pedagogia Tradicional tem seus pontos positivos, mas não é a melhor opção de ensino-avaliação. Pelo contrário, ela inibe o pensamento crítico-social do estudante. É como se fosse uma alienação, na qual o professor é ativo (faz tudo, dá as normas, leis a serem seguidas, respostas ditas corretas e as ditas erradas etc) e o aluno é totalmente passivo (fica em seu lugar, ouvindo e decorando para pôr na reposta na hora da prova). Porém, não é assim que funciona!
Se analisarmos as várias ciências que direta ou indiretamente têm o homem como objeto de estudo, veremos que este não foi feito para ser intacto e conformado. Quando estudamos Psicologia, mas precisamente Piaget, este diz que o ser humano é interacionista; o aluno é ativo, tem que pensar, tem que ter problemas e contradições para, assim, procurar uma solução. O professor mostra o caminho, ajuda e estimula.

Quando estudamos Pedagogia, vemos as grandes diferenças dos tipos de Pedagogia (Tradicional, Renovada, Libertadora e Crítico-Social dos Conceitos), com suas causas e conseqüências. E até quando estudamos Teologia vemos na Bíblia bem claramente que Deus não se alegra com pessoas preguiçosas, que vivem na mesmice e que se conformam com tudo. Deus é ativo e gosta que suas ovelhas sejam do mesmo modo.

DESENVOLVIMENTO
As turmas de História da UNISUAM têm a honra de ter em seu corpo docente a professora (especializada em Roma Antiga) Maria Helena. Logo no primeiro dia e aula, para qualquer turma, ela diz que cinqüenta por cento é ela quem fornece e os outros cinqüenta por cento são os alunos que procuram.
Não adianta o professor fazer todo um planejamento de aula se o aluno não quiser. Assim como, não adianta o aluno ir à escola interessado se tem um professor Behaviorista, ou um Pedagogo Tradicional ou, pior, um professor que entra na sala, manda ler o capítulo e sublinhar as partes importantes e este fica sentado em sua mesa com seu tablet.
Então, como é uma boa aula?
“Para desenvolver o pensamento independente e criativo não é suficiente o conhecimento do tema, mas é necessário o ensino de habilidades e capacidade, isto é, os métodos de adquirir e aplicar os conhecimentos.” (Libâneo, Livro ‘Didática’. Página 106)
“Não existe possibilidade de atividade mental sem o conhecimento teórico da matéria, sem a explicação da matéria pelo professor. O importante é a combinação da explicação com o movimento interno que acontece na mente do aluno...” (Libâneo, Livro ‘Didática’. Página 107)
Então, novamente, como é uma boa aula?
É indiscutível dizer que o professor/mestre/doutor/palestrante tem que ter o domínio da matéria, assim como afirma a professora de Matemática Helma Dias Silveira. Isso dá confiança e estabilidade ao aluno. No caso contrário, quando o professor é questionado e enrola para responder, o estudante já pensa “Se ele não sabe, quem sou eu para saber!?”. A “incapacidade” intelectual ou despreparo do professor desestimula o aluno. Professor não pode ter medo de perguntas e/ou questionamentos.
O bom professor faz o aluno pensar. Não existe mais esta idéia de respostas ditas certas e respostas ditas erradas. Acabou-se a decoreba. O bom profissional conecta um acontecimento colocado no livro com um acontecimento do cotidiano. Logo, um bom educador é aquele que não se prende ao passado ao passado ou ao que já aprendeu. Ele sempre está se atualizando, assim como diz o professor de Matemática Carlos Eduardo de Souza em uma entrevista para a universitária Francalina Fernandes de Medeiros.
Um bom professor não se prende a livros ou ao fato de ter que terminá-lo até o final do ano letivo. Isto vincula-se ao fato de Domínio do Conteúdo e Fazer o Aluno Pensar. Se o professor tem o domínio sobre a matéria, este não se prenderá a livros, conseguirá fazer o aluno pensar e, por conseguinte, fazê-lo questionar.
Outro ponto importante é o dinamismo. Em uma entrevista concedida ao universitário Raphael Paiva, a professora de Educação Física Caroline Vilardi ratifica que o ensino deve ser variado. Ele não se resume a Professor-Quadro-Matéria-Aluno-Copiar-Decorar ou Professor-Fala-Aluno-Ouve. Outro entrevistado que também concorda com esta idéia é o professora Valquíria Andrade da Sila, em uma entrevista concedida à estudante de História Francalina Fernandes de Medeiros.
Todos estes pontos unidos fazem com que o aluno forme crítica, não se conforme, não aceite a mesmice. “...o ensino das matérias e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos devem ir possibilitando a formação da atitude crítica e criadora frente à realidade e ao cotidiano da vida social” (Libâneo, Livro ‘Didática. Página 107). Neste quesito, concordam os entrevistados Elionae Dantas Máximo (professora de Teologia) e Augusto Torres (professor de Educação Física), ambos por Raphael Paiva Peres da Silva.
“Mas existe a saída, e ela está nas mãos do professor que incute no aluno a importância e a necessidade e adquirir conhecimentos, mostra a sua aplicação, provoca a curiosidade, ensina de um modo que os alunos experimentem satisfação por terem compreendido a matéria e terem dado conta de resolver as tarefas. O sentimento de progresso impulsiona os alunos para o desejo de buscar conhecimentos.” (Libâneo, Livro ‘Didática’. Página 108)
Observação Final
Como menciona o professor de Matemática Carlos Eduardo de Souza em sua entrevista exclusiva para Francalina Fernandes de Medeiros, o professor, além de mediador, é estimulador. Ele incita o aluno a refletir tendo em vista as forças internas e externas que agem sobre o estudante. Madonna, por exemplo, está na mídia há 32 anos. Por quê? Pois com sua ousadia, persistência e análise de mercado, conseguiu manter a atenção tanto da mídia quanto de seus admiradores.
É como se fosse História (de qualquer gênero): quanto mais você lê, mais você quer. É impossível uma pessoa estudar Grécia e depois não querer estudar Roma. Não tem como desconectar Roma de Idade Média. Até hoje os fãs de desenhos Cartoon querem saber o último episódio de “Caverna do Dragão”. Está em seus imaginários os boatos que circulam pela internet.
“Uma boa aula deve ser elaborada levando-se em consideração o público alvo, o material disponível e o local onde será realizado o trabalho. Na grande maioria das situações, o elemento lúdico deve fazer parte do conteúdo da aula, independente da faixa etária e da atividade específica, já que um dos grandes efeitos de uma boa aula deve ser a interação entre o público e o locutor. Em suma, uma boa aula deve promover troca de conhecimento e experiências mútuas.”
(Klayton dos Santos – professor de Educação Física – Entrevista concedida a Raphael Paiva Peres da Silva)
“Uma boa aula ocorre quando consigo aplicar todo o planejamento e atividades propostas para a turma com a interação e participação dos educandos. Desta forma, ter esse tipo de aula compreende um momento de muito trabalho e esforço para o educador, porém com satisfação e ânimo para que continuemos em nossa atividade.”
(Flávia Jovelino da Silva – professora de História – Entrevista concedida à Francalina Fernandes de Medeiros)

CONCLUSÃO
01. Educação está ligada à Maturação: o aluno tem que estar disposto a receber uma nova carga de conhecimento, pois toda nova aprendizagem gera um desequilíbrio inicial até a pessoa se familiarizar com a nova condição. “Toda mudança gera uma crise inicial”, disse o pastor e psicólogo Silas Malafaia.
02. Educação é como UPP: não pode ser implantada do mesmo jeito em todos os lugares. Cada região tem sua história, seus pontos positivos e negativos e cada aluno e professor têm sua vida social.
03. O professor precisa acreditar e não desistir apesar das circunstâncias, do mau investimento na Educação, a péssima infra-estrutura e as condições precárias de Ensino.
04. Professor faz a mediação entre aquilo que o aluno sabe com aquilo que este tem potencial para aprender (Piaget).
05. Avaliação é o somatório de Novos Conhecimentos, Prática destes, Exames e Vida Social tanto do professor quanto do aluno.
06. “O trabalho docente é a atividade que dá unidade ao binômio ensino-aprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação cognitiva entre o aluno e as matérias de estudo.” (Libâneo, Livro ‘Didática’. Página 88)
07. Professor é aquele que seleciona e organiza o conteúdo de ensino. Ele não foi preparado para entrar na sala, sentar-se na mesa, mandar os alunos abrirem o livro, lê-lo, sublinhar as partes importantes e fazer um resumo valendo ponto.
08. “...o ensino exerce a mediação entre o indivíduo e a sociedade”, diz Libâneo na página 90 de seu livro ‘Didática’.
09. Para ter crescimento tem que ter dificuldades (nem muito fáceis nem muito difíceis). “...pois eu não quero nada fácil. Fácil não faz a pessoa pensar; fácil não faz a pessoa crescer!” (Madonna).
10. Assim como disse o professor de Teologia e de Educação Física Demétrius Prazeres da Silva e o professor de Educação Física Augusto Torres (ambos entrevistados por Raphael Paiva Peres da Silva), o professor precisa ser claro, objetivo, agradável e sempre disponível a tirar as dúvidas de seus educandos. Professores sempre estão se atualizando sobre os conteúdos a serem aplicados em sala de aula e também sobre o Mundo; estar consciente sobre o meio sócio-econômico da Sociedade.
11. Professor é a mediação entre o aluno e a vida social e política. É um dos agentes para a escolha e entrada do educando no mercado de trabalho. Ou seja: professor é um estimulador.
“Professor é um dom!” (Repórter da Rede Globo Alexandre Garcia)

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