Tanya Parker do "The Radical Notion" escreveu um artigo muito interessante sobre a bravura de Madonna, listando cinco momentos que provam que ela é chefona da música pop. Confira:
Eu lembro de ouvir o True Blue no meu walkman até a fita se enrolar e eu ter que consertá-la com um lápis. Se você está nos seus 30, sabe do que eu estou falando. Se você é mais jovem que isso, provavelmente está se perguntando "o que é um walkman?". Eu nunca vesti o traje clássico da Madonna - camiseta preta pela metade, luvas arrastão, leggings de renda e mini-saia. Eu era uma garotinha para aquilo, mas eu definitivamente teria vestido se minha mãe tivesse me permitido.
Madonna é conhecida por ser uma líder. Suas habilidades para os negócios são frequentemente descritas como "manipuladoras", "implacáveis" e "brilhantes". Alguns desses adjetivos poderiam não ter sido usados se ela fosse um homem. Madonna é uma empresária sagaz que trabalhou duro pelo sucesso. Ela conhece sua marca e ela tem a comercializado bem.
À parte de suas conquistas nos negócios, ela, indisputavelmente, vem fazendo um efeito na música e abrindo as portas para artistas femininas expressarem suas sexualidades. E, enquanto alguns podem nção achar isso tão relevante para o feminismo, isto atinge diretamente o conceito patriarcal da dicotomia virgem/puta. Madonna lutou pela liberdade de expressão - sim, muito do que ela quis expressar foi de natureza sexual - mas porque mulheres não deveriam ter oportunidades iguais para expressar o que quiserem?
Então vamos reconhecer a coragem da Madonna com cinco vezes em que ela provou ser a chefona do pop:
1 - Like A Prayer e Papa Don't Preach
Quando Like A Prayer surgiu, eu lembro da minha mãe ter uma opinião a respeito, o que era raro. Ela não costumava opinar sobre cultura pop. Nós não éramos uma família religiosa. Eu lembro de ter ido à igreja duas vezes: uma na Páscoa e outra vez porque eles estavam oferecendo retratos de família grátis. Contudo, minha mãe ficou absolutamente horrorizada que Madonna estava se deitando com um negro em uma igreja. Escândalo! Eu, no entanto, achava que aquilo era o melhor clipe já feito e podia ouvir aquela música repetidas vezes durante dias. Like A Prayer realmente foi chocante. Madonna fez um vídeo em 1989 mostrando um homem negro sendo preso pelo crime de um branco, sexo interracial em uma igreja, estigmas e cruzes pegando fogo. Boom! Isso foi agressivo para 1989.
Essa não foi a primeira vez que Madonna incomodou com um clipe e não seria a última vez que ela deixaria os líderes religiosos furiosos. Com Like A Prayer, Madonna sacudiu as coisas mais do que quando ela lançou o clipe de Papa Don't Preach em 1986, que provocou respostas de todo mundo - desde Gloria Allred, a porta-voz da Organização Nacional das Mulheres na época, passando pelo Planejamento Familiar, a Tipper Gore - todas de diferentes razões. Papa Don't Preach, uma música sobre uma adolescente grávida que decide continuar a gravidez, foi considerado por muitos como sendo um endosso à gravidez na adolescência. Isso foi um sinal da era conservadora de Reagan em que as pessoas achavam que o vídeo da Madonna faria com que as "boas meninas" saíssem para engravidar. Que má fé eles tinham das jovens! Já que nós não vimos a tal explosão da natalidade nove meses após Papa Don't Preach, eu suponho que Madonna não transformou as adolescentes em vadias devassas com filhos bastardos. Madonna também foi acusada de atiçar fogo no debate sobre aborto. Grupos anti-escolha tomaram a música como sendo "a favor da vida". Eles continuam a listas Papa Don't Preach como uma música "pró-vida", mas desconsideram Madonna como tal.
2 - O livro SEX
Em 1992, Madonna lançou um livro de mesa, com imagens eróticas, chamado SEX. Eu enfatizo livro de mesa porque, de verdade, quem faria tal coisa em 1992? Um livro de mesa é isso. Ele está no seu centro quando sua tia aparece para um chá. Ninguém em 1992 tinha um livro que precisasse ficar recluso na parte de trás do armário quando os parentes aparecessem. Se a internet fosse alguma coisa quando SEX foi lançado, Madonna a teria quebrado. Os conservadores estavam quase sendo sufocados com os vapores em torno disso. Foi chocante e certamente contribuiu para a queda da sociedade e da desmoralização da juventude americana.
O livro continha imagens, muitas das quais eram sadomasoquistas, de Madonna sozinha ou com modelos, homens e mulheres, todos envolvidos em posições sexuais. Essa foi uma das primeiras vezes em que Madonna chamou atenção a homossexualidade. Depois ela foi elogiada pelos grupos LGBT por ter retratado no livro o sexo lésbico abertamente e igualmente em paralelo ao heterossexual. Por exemplo, clique aqui (obviamente não recomendado no trabalho). O lançamento do livro foi simultaneamente um show de merdas e também bastante épico. Ele foi banido em alguns países incluindo Índia e Japão. As livrarias estavam prontas para enviar discursos sobre censura a qualquer um que protestasse contra as vendas do livro. O tempo todo, Madonna dizia tê-lo feito para "libertar" a América, porque todos estavam muito puritanos e daí ela acabou se tornando uma líder.
Fato hilário: Vanilla Ice, que infelizmente foi namorado da Madonna na época, disse que ter visto Madonna com outros caras foi a razão do término. Se eu fosse a Madonna, estaria grata todos os dias por ter publicado aquele livro. Aquele cara é um babaca.
3 - Human Nature
Quando Human Nature saiu em 1994, eu não escutava mais música pop e estava ligada naquela coisa punk. Eu não poderia trair o punk ouvindo Madonna, mas Human Nature foi tão puta fantástico que eu a escutava, secretamente, quando meus amigos não estavam por perto. A letra é bem feminista.
4 - A entrevista feminista
Madonna fez essa entrevista em março. É realmente uma ótima leitura e se você está interessado na visão de Madonna sobre justiça, feminismo, mulheres e sexualidade não deixe de ler. Madonna tem isto a dizer a respeito da situação atual do mundo para as mulheres:
"Bem, eu acho que nós ainda vivemos numa tremenda sociedade sexista, mesmo ainda que pareça que as mulheres tenham feito vários progressos. A mulher ainda é colocada em uma categoria, colocada em caixas. Você pode ser sexy, mas não inteligente. Você pode ser inteligente, mas não sexy. Você pode ser sexy, mas não pode ter 50 anos. Nós vivemos numa sociedade que discrimina a idade, o que significa que é uma sociedade sexista, porque ninguém jamais critica os homens pela maneira como se comportam, e não importa quão velhos estejam. Não há livro de regras. Como um homem, você pode sair com quem quiser. Você pode vestir-se como quiser. Você pode fazer o que quiser em qualquer área que interesse. Mas se você é uma mulher, há regras e limites. E eu sinto que a maior parte das criticas que eu recebo são das mulheres."
5 - Ela é uma sobrevivente
Eu seria desleixada se não escrevesse sobre Madonna como uma sobrevivente. Quando criança, ela enfrentou a perda de sua mão para o câncer de mama, que a afetou profundamente. Ela foi criada em uma família religiosa, com tarefas definidas por gênero e influências patriarcais. Apesar de tudo isso, ela deixou sua casa e decidiu fazer de si a artista mais bem vendida de todos os tempos. Enquanto morava em Nova Iorque, Madonna sofreu abuso com uma faca apontada, mas nunca relatou o crime. Ela declarou sobre como a vergonha e o medo do processo de relato mantiveram-na longe de denunciar o estupro. Madonna é uma vitoriosa que trabalhou muito para chegar onde está hoje. Ela disse isto sobre sua nova música, com Nicki Minaj, chamada Bitch, I'm Madonna: "Eu sinto que ganhei o direito de dizer Bitch, I'm Madonna. Não se meta comigo. Eu me permito dizer isso agora. Eu fiz por merecer." É isso aí, Madonna. Você fez.
Fonte: http://www.madonnaoficialbrasil.com.br/2015/06/cinco-vezes-que-madonna-esmagou-o.html?m=1
Tradução por: Elton Dantas
Tradução por: Elton Dantas
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