"Por trás da armadura, só um menino há!"
Eu choro, porque, apesar de ter feito por merecer, nada conquistei.
Eu choro, porque pessoas que supostamente não merecem vão em frente.
Eu choro, porque eu permaneço estagnado.
Eu choro, porque eu não consegui ser o cantor que sempre quis.
Eu choro, porque eu não sou o dançarino que sempre quis.
Eu choro, porque foram quatro anos de muita dedicação.
Eu choro, porque eu larguei tudo por um sonho.
Eu choro, porque de 17 concursos, eu passei em 8.
Eu choro, porque meus dentes não me permitiram entrar.
Eu choro, porque meu psicológico não me permitiu falar de forma organizada.
Eu choro, porque a Química me reprovou.
Eu choro, porque no dia 20 de dezembro de 2012 eu fui definitivamente reprovado e excluído.
Eu choro, porque no dia 20 de dezembro de 2012 meu sonho foi acabado.
Eu choro, porque minha verdade incomoda.
Eu choro, porque meu jeito de falar e agir não agrada à maioria.
Eu choro, porque a maioria não me quer ao lado.
Eu choro, porque quando tem uma certa quantidade de pessoas me observando, é para um certo momento de curtição, para rir.
Eu choro, porque eu vivi uma utopia.
Eu choro, porque eu vivi a utopia da religião.
Eu choro, porque eu vivi a utopia da igreja.
Eu choro, porque eu vivi a utopia do canto.
Eu choro, porque eu vivi a utopia da dança.
Eu choro, porque eu fui excluído.
Eu choro, porque eu fui um idiota.
Eu choro, porque me dei demais às pessoas.
Eu choro, porque levei facadas.
Eu choro, porque sou ansioso.
Eu choro, porque eu uso remédio.
Eu choro, porque as pessoas não sabem falar.
Eu choro, porque no dia 20 de dezembro de 2014 eu fui excluído e desta vez pela família.
Eu choro, porque eu já estive quase no topo.
Eu choro, porque, quando eu estava quase tocando no cume, eu fui derrubado.
Eu choro, porque os anos que passei de dedicação total a um objetivo foram derrubados em alguns dias.
Eu choro, porque fui/sou menosprezado.
Eu choro, porque eu não tenho nada.
Eu choro, porque eu sinto falta de meu avô.
Eu choro, porque eu tenho medo das pessoas que um dia, obviamente, morrerão.
Eu choro, porque tenho medo da proximidade da morte da minha avó.
Eu choro, porque Marina de Oliveira parou de cantar.
Eu choro, porque Silas Malafaia de vez em quando fala besteiras.
Eu choro, porque a igreja está distorcida no meio secular.
Eu choro, porque eu não me sinto mais bem no local no qual fui apresentado e criado.
Eu choro, porque muitas pessoas vieram a mim.
Eu choro, porque muitas pessoas se forma e poucas ficaram.
Eu choro, porque tenho poucos amigos.
Eu choro, porque a igreja não parece mais fazer sentido em minha vida.
Eu choro, porque as pessoas que falavam que me amavam, não deram nem um 'Adeus!'.
Eu choro, porque todo dia eu sou criticado.
Eu choro, porque eu não consigo emagrecer.
Eu choro, porque eu não tenho o corpo que as pessoas desejam.
Eu choro, porque tomei decisões erradas.
Eu choro, porque vi todo meu planejamento feito cair em ruínas.
Eu choro, porque eu fui traído.
Eu choro, porque eu não tenho dinheiro.
Eu choro, porque não tenho a voz que desejava.
Eu choro, porque minha família está separada.
Eu choro, porque tive que deixar as galinhas.
Eu choro, porque sinto saudades de Mauá.
Eu choro, porque dei muito amor, mas quase nunca houve reciprocidade.
Eu choro, porque não tenho mais desejo em nada.
Eu choro, porque eu só queria uma coisa e esta foi me negado.
Eu choro, porque sou excluído.
Eu choro, porque as pessoas não me permitem ser quem sou.
Eu choro, porque, quando permitem, é com críticas.
Eu choro, porque não sou o filho que meus pais desejariam ter.
Eu choro, porque eles esperaram 9 anos, e nasce um ser como eu.
Eu choro, porque meu aniversário tornou-se motivo de auto-punição.
Eu choro, porque fui julgado como 'pedra de tropeço'.
"Por trás da armadura, só um menino há!"
Stand your Ground! - Don't back down!
Express Yourself!
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Instagram: raphaelppaiva
Rio de Janeiro, 13 de junho de 2015 - 20:02h
Raphael Paiva
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