LEIA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DE
EDUARDO BOLSONARO ONDE ELE ANUNCIA
QUE IRÁ SE LICENCIAR DE MANDATO
“Tornei-me
deputado para representar o povo paulista no melhor interesse da minha nação. O
que o ministro da Suprema Corte [STF] Alexandre de Moraes e seus cúmplices
estão tentando fazer é usar justamente o meu mandato como cabresto, como
ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção, como instrumento para me
prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país.
Seria
mais confortável ficar quieto, receber salário e fingir defender os paulistas e
meus irmãos brasileiros do que enfrentar esse sistema covarde e desumano. Mas
eu não aceitei esse chamado para ter conforto ou comodidade. Eu aceitei esse
chamado para defender os valores da nossa civilização. Aceitei essa vocação
como um compromisso não só com a minha família e a minha nação, mas como uma
aliança com Deus, um voto de lealdade que apenas um homem com caráter e fé pode
entender.
Não
irei me acovardar. Não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques
sujos. Assim sendo, da mesma forma que eu assumi o mandato parlamentar para
representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele para seguir bem
representando esses milhões de irmãos de pátria que me incubiram dessa nobre
missão.
Irei
me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar
as devidas sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em
buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua gestapo da Polícia
Federal merecem.
Vocês,
homens de geleia, pequenos e vaidosos, não estão acostumados a lidar com homens
de convicção. Achavam que iam me chantagear com os benefícios e regalias do
cargo. Não poderiam errar mais miseravelmente.
Os
melhores parlamentares, verdadeiramente vocacionados, não são figuras
caricatas, apegadas aos títulos da burocracia. Eu abro mão de cabeça erguida de
toda essa pompa, para seguir firme na minha missão de trazer justiça para todos
os tiranos violadores dos direitos humanos mais básicos.
Estou
falando de vocês, os psicopatas que prenderam mães de família, idosas,
trabalhadores e todo tipo de pessoa comum e inocente. Irei abraçar esse
sacrifício com entusiasmo, focarei 100% do meu tempo nessa única causa: fazer
justiça e criar o ambiente para anistiar os reféns de 8 de janeiro e os demais
perseguidos que fizeram parte do governo Bolsonaro, que estão pagando o preço
da crueldade de um psicopata que sonha em prender Jair Bolsonaro. E, imagina
ele, que assim vai exterminar o maior movimento popular que a minha geração já
testemunhou. O [movimento] liderado pelo nosso eterno presidente Jair Messias
Bolsonaro.
Também
não descansarei até construir o cenário internacional que permita eleições
limpas, transparentes e com ampla participação da oposição. Não existe
democracia num país que age como a Suprema Corte da Romênia ou a narcoditadura
da Venezuela de Nicolás Maduro, onde os líderes da oposição, que arrastam
multidões nas ruas, sejam impedidos de concorrer por conta de eufemismos
desavergonhados de tiranos.
Ressalto
que a minha posição de deputado federal, ainda mais tendo sido o mais votado de
toda a história do Brasil, bem como o filho do presidente mais popular da
história recente do país, me facilitava, sim, a abertura de portas
internacionais. No entanto, essas portas já estão abertas. Agora, necessito de
tempo e dedicação integral para seguir trabalhando e representando não só os
paulistas, mas todos os brasileiros.
Nessa
jornada, só tenho a agradecer a Deus. Um filme passa na minha mente e entendo
quão extraordinária é a providência divina. Poucos sabem disso, mas no mesmo dia
em que os deputados do PT peticionaram à PGR [Procuradoria-Geral da República]
requisitando apreender o meu passaporte, em 27 de fevereiro, eu estava voando
com minha família para os Estados Unidos, num voo que eu havia comprado poucos
dias antes.
Provavelmente,
nem o PT e nem Alexandre de Moraes esperavam que eu fosse passar o Carnaval
fora do Brasil, já que eu havia recém-retornado dos Estados Unidos dois dias
antes, em 25 de fevereiro.
Não
tenho nenhuma dúvida de que Deus, em sua infinita sabedoria e bondade, protegeu
a mim e a minha família para que minha missão de trazer justiça não fosse
interrompida pelos esquemas e planinhos dos canalhas de ocasião.
Dessa
maneira, nunca imaginei que faria uma mala de sete dias para não mais retornar
à minha casa, mas hoje vejo com clareza que Deus está me mostrando o caminho.
Tenho certeza de que o meu eleitor também entende que o meu trabalho neste
momento é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil. Como
defendia o professor Olavo de Carvalho, não se combate uma ditadura vivendo
dentro dela.
Todos
no Brasil sabem que Alexandre de Moraes é capaz de fazer qualquer coisa, ainda
que notoriamente ilegal ou inconstitucional. Mesmo com um parecer contrário da
PGR, como, aliás, ele já fez no passado. Falando em PGR, Moraes deu prazo para
o procurador-geral de cinco dias para responder a um simples "sim" ou
"não" acerca da apreensão do meu passaporte. Porém, já se passaram
mais de 18 dias e nada do sr. Paulo Gonet responder.
Seria
ultrajante, mas na atual democracia relativa brasileira, ninguém poderia se
dizer surpreso com a apreensão do passaporte de um deputado e até mesmo a sua
prisão sem motivo.
Ao
bem da verdade, fatos muito piores já ocorreram, como a morte na cadeia de
Clezão [Clériston Pereira da Cunha, réu dos ataques de 8 de janeiro que morreu
no Complexo Penitenciário da Papuda], a condenação a quase nove anos de cadeia
do deputado federal Daniel Silveira, que recebeu indulto do então presidente
Jair Bolsonaro, e pela primeira vez na história do país, o indulto foi
covardemente cancelado pelo STF.
As
prisões preventivas e injustificadas de Felipe Martins, Anderson Torres,
Silvinei Vasques e vários outros, assim como as condenações de até 17 anos de
prisão de senhorinhas como Iraci Nagoshi, de 71 anos, ou a cabeleireira e mãe
Débora Rodrigues dos Santos, presa por ter escrito com um batom numa estátua a
mesma frase dita pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso: "Perdeu,
mané".
Quem
em sã consciência pode esperar algum tipo de pudor ou moralidade de um regime
de exceção? Como alguém pode esperar justiça vindo de um pedido para prender o
meu passaporte feito por deputados do PT e encaminhado diretamente para as mãos
do Alexandre de Moraes, sem sorteio ou distribuição? Ou seja, serei 'julgado'
por um inimigo declarado, pela mesma pessoa que eu tenho denunciado aqui no
exterior. Serei julgado de acordo com o juiz Marco Antônio, assessor de Moraes,
pelo cara que quis me pegar de qualquer forma. Lembram dos artigos do Glenn
Greenwald?
Essa
é a pessoa que está me inserindo criminosamente no processo de golpe de Estado
da Disneylândia, também conhecido como golpe de 8 de janeiro.
Certamente
não é fácil me afastar temporariamente do cargo de deputado federal. Não é
fácil saber que meu pai pode ser injustamente preso e talvez eu jamais tenha a
chance de reencontrá-lo pessoalmente de novo. Não tenho dúvida de que o plano
dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá
perpetuamente, assim como aconteceria com Donald Trump, caso não tivesse sido
reeleito agora, em 2024.
Contudo,
a vida é feita de decisões e sacrifícios. Se esse é o plano de Deus para a
minha vida, entrego-me de corpo e alma para que eu possa ser um instrumento de
sua vontade, para que eu possa ser mais útil na libertação do meu país. Para
que eu possa parar a sanha totalitária de um psicopata sem limites. Sim, eu
aceito esse sacrifício com honra. Vou morar longe dos meus amigos, dos meus
familiares, da minha pátria, mas não descansarei até que a justiça seja feita,
e a minha nação seja libertada.
Se
Alexandre Moraes quer apreender o meu passaporte ou mesmo me prender para que
eu não possa mais denunciar os seus crimes nos Estados Unidos, então é
justamente aqui que eu vou ficar e trabalhar mais do que nunca.
Alexandre,
a minha meta de vida será fazer você pagar por toda a sua crueldade com pessoas
inocentes. Estarei focado integralmente nesse objetivo e só retornarei quando
você estiver devidamente punido pelos seus crimes e pelo seu abuso de
autoridade.
Finalizo
comunicando ainda que, graças ao excelente trabalho desempenhado pelo líder do
PL, deputado Sóstenes Cavalcante, que não se dobrou às pressões do PT, e também
pela retidão e compromisso com a legalidade do presidente da Câmara, deputado
Hugo Motta [Republicanos-PB], que. no meu lugar será nomeado o deputado federal
gaúcho Zucco [PL-RS] para a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
Ele irá me ajudar institucionalmente a manter essa ponte com o governo Trump e o
bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos.
Juntos,
nós iremos trabalhar na mais sagrada missão que um parlamentar pode ter, que é
a de resgatar liberdades perdidas para nosso Brasil. Que o mundo livre possa
nos ajudar a manter viva essa nobre causa. Deus abençoe o Brasil, e me dê os
meios para cumprir a minha missão. Conto com o apoio de todos vocês que, assim
como eu, travam essa honrada batalha pela liberdade.
Deus,
pátria, família e liberdade. Deus abençoe o Brasil. Deus abençoe a América."
[Eduardo Bolsonaro]
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