Sikêra Jr. perdeu 24 anunciantes em uma semana
Pipoca Moderna
2 jul 2021
23h52 | atualizado às 23h57
O programa "Alerta Nacional", de Sikêra Jr.,
perdeu 24 anunciantes na TV e na internet em uma semana, período transcorrido
desde o surto em que o apresentador chamou homossexuais de "raça
maldita". O ataque foi motivado por uma campanha inclusiva do Burger King,
em que crianças revelavam ter pais gays.
Desde o fim de semana, Sikêra virou alvo de uma campanha de
desmonetização, encabeçada pelo movimento Sleeping Giants Brasil, que passou a
confrontar anunciantes do apresentador com o conteúdo preconceituoso de seu
programa. Perguntadas se apoiavam aquelas mensagens, a maioria das empresas se
manifestou em defesa dos direitos LGBTQIA+ e contra a homofobia.
"Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo
essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento em que vamos ter que fazer um
barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O
comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança", disse o
apresentador, entre outras barbaridades, na sexta passada (25/6).
Ao ver o estrago que causou contra si mesmo, ele chegou a
pedir desculpas na terça-feira, mas sem demonstrar arrependimento.
"Extrapolei como nunca, revoltado com o que vi naquele comercial, e
continuo contra, minha opinião continua a mesma. Mas você que se sentiu ofendido,
o que eu posso dizer é que me perdoe", disse, para tentar reverter a
sangria.
Mas, em vez de convencer o mercado, o novo comentário teve
efeito oposto, ao acelerar a saída de anunciantes de seu programa.
Repaginada ao longo da semana, a iniciativa #DesmonetizaHomofobia
levou ao cancelamento e/ou bloqueio de campanhas da
- TIM,
- Sorridents,
- Magazine Luiza,
- HapVida,
- Betsul,
- Seara,
- BMW,
- Faculdade Única,
- Burguer King,
- FlexFarma,
- Yamaha,
- Ford,
- Nivea,
- MRV,
- Kicaldo,
- Blindex,
- Novo Mundo,
- IPOK,
- Delinea Corpus,
- FLEXFARMA,
- Motorola,
- Samsung,
- Caixa Econômica Federal e
- Amazongás
... na TV e nos
canais do programa de Sikêra na internet.
Com isso, o intervalo comercial do "Alerta
Nacional" foi reduzido em 57%, diminuição que reflete a falta de empresas
interessadas em patrocinar o chamado telejornal.
Por outro lado, a Ultrafarma manteve o patrocínio master do
"Alerta Nacional" e tentou se justificar com uma nota citando isenção
de responsabilidade. "Nós da Ultrafarma gostaríamos de esclarecer que o
posicionamento dos apresentadores e/ou emissoras onde anunciamos nossos
produtos não necessariamente representa a nossa posição corporativa",
publicou a empresa nas redes sociais.
O post teve resultado oposto do esperado. Foram tantas
reclamações que a empresa preferiu deletar seu perfil no Instagram. Sidney
Oliveira, dono da rede de farmácias, também desativou sua conta pessoal.
Isto se chama responsabilidade social, expressão que os
empresários brasileiros começam a perceber que não se resume a discurso, exige
(responsabiliz)ação.
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