É #FAKE que relatório oficial britânico
pede que vacinação contra Covid seja suspensa urgentemente
Documento não foi emitido pelo governo britânico.
Na verdade, foi produzido por organização que defende medicamentos sem
comprovação científica. Relatório usa indevidamente relatos de eventos adversos
com a vacina que qualquer cidadão pode informar sem que tenha de apresentar
prova. Autoridade sanitária do Reino Unido desmente mensagem falsa.
Por Roney Domingos, G1
29/06/2021 14h55 Atualizado há 2 dias
O tal "relatório britânico" não
foi produzido por um órgão oficial. Na verdade, foi feito por uma organização
chamada The Evidence-Based Medicine Consultancy Ltd, que recomenda medicamentos
sem comprovação científica para prevenir e tratar a Covid-19.
A peça usa indevidamente relatos ao Yellow
Card, sistema do governo britânico que coleta e monitora informações sobre
suspeitas de problemas de segurança ou incidentes envolvendo vacinas e outros
produtos. O objetivo do Yellow Card é coletar informações preliminares sobre a
segurança de um produto para ver se será necessário ou não fazer uma
investigação mais aprofundada.
Ocorre que qualquer pessoa pode fazer
relatos ao Yellow Card, assim como ao Vaccine Adverse Event Reporting System
(Vaers), nos Estados Unidos, e à Anvisa, no Brasil.
Esses sistemas recebem dados que são
utilizados como subsídio para o processo de monitoramento de vacinas e outros
produtos. Esses dados são considerados de menor evidência científica. No
entanto, grupos antivacina usam essas informações sem tratamento científico
para fazer propaganda contra os imunizantes.
O Fato ou Fake já checou mensagens falsas
baseadas nesses dados e desmentidas pelas agências:
O texto falso afirma ainda que o relatório
emitido pela consultoria foi submetido à autoridade sanitária do Reino Unido, a
Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA). "O MHRA agora
tem evidências mais do que suficientes sobre o sistema Yellow Card para
declarar as vacinas Covid-19 inseguras para uso em humanos", diz a
mensagem falsa.
Procurada pelo G1, a MHRA desmente essa
afirmação.
“Mais de 75 milhões de doses de vacinas
contra Covid-19 já foram administradas no Reino Unido, salvando milhares de
vidas por meio do maior programa de vacinação já realizado neste país",
diz a executiva-chefe da MHRA, June Raine.
Ela afirma que a grande maioria das reações
adversas suspeitas relatadas é leve. Notificações de suspeitas de reações mais
sérias são monitoradas cuidadosamente de acordo com a estratégia de vigilância
da vacina Covid-19 da MHRA, com ações tomadas e comunicadas conforme
necessário.
"Nenhum medicamento ou vacina eficaz é
isento de riscos. Nosso conselho é que os benefícios da vacina superam os
riscos na maioria das pessoas. Ainda é de vital importância que as pessoas se
apresentem para a vacinação e para a segunda dose quando forem convidadas a
fazê-lo. Pedimos a qualquer pessoa que suspeite ter experimentado um efeito colateral
relacionado à vacina contra Covid-19 que informe ao site do Yellow Card",
complementa.
A assessoria do MHRA, afirma,
adicionalmente, que, para todas as vacinas, uma revisão detalhada de todos os
relatórios revela que a grande maioria está relacionada a reações no local da
injeção (braço dolorido, por exemplo) e sintomas generalizados, como uma doença
'semelhante à gripe', dor de cabeça, calafrios, fadiga (cansaço), náusea
(sensação de enjoo), febre, tontura, fraqueza, dores musculares e taquicardia.
Geralmente, esses sintomas acontecem logo
após a vacinação e não estão associados a doenças mais sérias ou duradouras.
"Esses tipos de reação refletem a resposta imune aguda desencadeada pelo
corpo às vacinas, são normalmente observados com a maioria dos tipos de vacina
e tendem a se resolver em um ou dois dias. A natureza das ADRs suspeitas
relatadas em todas as idades é amplamente semelhante", diz.
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