É #FAKE que John McAfee era dono de
apartamento em prédio que desabou em Miami e guardava arquivos no local
Mensagem falsa modificou publicação de
2019 do empresário no Twitter; McAfee não consta da lista de proprietários do
condomínio.
Por Gisele Barros, O Globo
29/06/2021 15h40 Atualizado há 2 dias
Circula pelas redes sociais a informação
de que o empresário John McAffe, encontrado morto no dia 23 de junho na cela
onde estava preso na Espanha, era dono de um apartamento no prédio que desabou
em Miami, nos Estados Unidos, na quinta (24), e escondia arquivos no local. É
#FAKE.
A mensagem falsa diz que McAffe publicou
em sua conta no Twitter no dia 8 de junho a seguinte afirmação: "Se algo
me acontecer, por favor saiba que 31TB de arquivos que tenho estão localizados
em drives no meu condomínio próximo à rua 88 e Av. Collins ao norte de Miami
Beach". A publicação, porém, não costa da página e muito menos em arquivos
onlines da conta, como o Archive.is. Na data citada no post falso, ele fez duas
publicações e nenhuma delas cita o prédio ou os documentos.
Na verdade, o empresário mencionou os
arquivos na rede social em junho de 2019 sem citar nenhuma localização onde
podiam ser encontrados. Na postagem verdadeira ele dizia: "Eu coletei
arquivos sobre corrupção em governos. Pela primeira vez, estou citando nomes e
detalhes. Vou começar com um agente corrupto da CIA e dois funcionários das
Bahamas. Se eu for preso ou desaparecer, mais de 31 terabytes de dados
incriminadores serão divulgados para a imprensa".
A agência de notícias AP também fez uma
checagem sobre isso, e teve acesso à lista de proprietários do prédio que
colapsou e deixou mais de 150 desaparecidos. McAfee e a mulher, Janice, não são
listados como proprietários de qualquer apartamento no condomínio e nenhuma
empresa responsável pelo empreendimento tinha qualquer associação com eles. Uma
análise do histórico de endereços e afiliações comerciais de McAfee também
revelou que não há nenhuma conexão com o prédio.
A publicação com conteúdo falso nas
redes diz que a tragédia foi planejada para destruir os documentos citados
acima. Apesar de a investigação sobre o que levou ao desabamento não ter
começado oficialmente, já foi confirmado que o prédio tinha problemas
estruturais, principalmente na área do estacionamento. Um relatório de
engenharia feito em 2018 mostrou que uma laje de concreto precisava ser
substituída "em um futuro próximo" devido a uma falha na
impermeabilização.
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