Além de desferir ataques ao governo da
Argentina, Bolsonaro divulgou informações falsas sobre a gestão de Fernández. O
presidente não anunciou nenhuma medida ligada ao aborto nas últimas semanas.
A proposta de legalizar e regulamentar a
interrupção da gravidez, de fato, consta entre as promessas de campanha de
Fernández. Em março, o presidente da Argentina chegou a anunciar que enviaria
um projeto sobre o tema ao Congresso.
Dias depois, com o início da pandemia do
novo coronavírus, o assunto ficou paralisado. No fim de setembro, grupos de
defesa dos direitos das mulheres protestaram em Buenos Aires para cobrar o
envio do projeto de lei.
No último dia 30, segundo divulgou o
jornal "Clarín", a ministra de Mulheres, Gênero e Diversidade da
Argentina, Elizabeth Gómez Alcorta, afirmou em entrevista que "não está
descartado" o envio do projeto ainda em 2020.
O projeto de lei, segundo ela, está
pronto desde a declaração presidencial em março, e a decisão final caberá ao
parlamento argentino – que, assim como o brasileiro, teve a rotina alterada
pela Covid-19.
Em 2018, ainda no governo Macri, uma
proposta de legalização foi aprovada pela Câmara da Argentina, mas rejeitada no
Senado.
"A penalização do aborto fracassou
como política. Mulheres morrem por abortos clandestinos, e outras ficam com
graves sequelas de saúde", disse Fernández em declaração no fim de
setembro, também divulgada pelo "Clárin".
Na Argentina, cerca de 400.000 abortos
clandestinos são realizados todos os anos, de acordo com organizações de
direitos das mulheres.
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