08/out/20 - 08h22
Bolsonaro cospe na cara dos brasileiros
e confessa: ‘Matei a Lava Jato’
Por Ricardo Kertzman
Ricardo Kertzman é blogueiro, colunista
e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar,
reclamou do hospital, brigou com o obstetra e discutiu com a mãe. Seu
temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração.
Depois de Renan Calheiros tecer loas de
admiração a Jair Bolsonaro, pelo trabalho de destruição da Lava Jato, que o
senador chama de “Estado policialesco”, foi a vez do próprio presidente da
República, o novo ídolo e parça dos pilantras do Centrão, confessar o
assassinato da maior e mais bem sucedida operação contra a corrupção da
história democrática ocidental.
Numa cerimônia no Palácio do Planalto,
nesta quarta-feira (07), o amigão do Queiroz disse, com todas as letras, que
“eu não vou acabar com a Lava Jato; eu já acabei com a Lava Jato”. Orgulhoso do
feito que nem Dilma, Lula, Zé Dirceu e a banda cúmplice do STF, juntos,
conseguiram realizar, o maridão da Micheque, ops!, Michelle, justificou-se
afirmando que “acabou a corrupção no governo”.
A Operação Lava Jato não mira o governo
bolsonaro, mas, sim, hoje em dia, os desdobramentos do petrolão, ainda que
acerte governantes de turno, como o governador do Rio de Janeiro, Wilson
Witzel. Ao matar a Lava Jato, Bolsonaro quer – e irá – enterrar todos os
esqueletos lulopetistas, inclusive os inúmeros casos, em andamento, de
deputados e senadores aliados do atual governo.
O que o papis do Flávio Rachadinha, o
maior vendedor de panetones, em dinheiro vivo, do mundo, não explicou, foi o
porquê ter negado, todo esse tempo, que a indicação de Augusto Aras, como PGR,
servia justamente a esse propósito, bem como por que, a indicação de Kassio
Marques, para o STF, é mais um passo rumo a composição de uma Suprema Corte
alinhada com Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.
Pela ruindade do governo, opositores
ironizavam Bolsonaro dizendo que ele é “um petista disfarçado”. Após seus
últimos movimentos políticos, sobretudo depois da prisão do amigo de décadas,
Fabrício Queiroz, ouso dizer que o “Coiso” rasgou o disfarce e assumiu, sem
medo de ser feliz, o lado petista de ser. Afinal, transformar Moro em inimigo e
Toffoli em BFF (best friends forever), é digno de medalha de honra – na ótica
do Partido dos Trabalhos, é claro.
Falta pouco para uma chapa “puro-sangue”
em 2022: Bolsolula 1713. Ou apenas 171 mesmo. Fica mais adequado.
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