Homem que escalou janela para se
despedir de mãe com Covid roubou corpo para 'enterro digno'
Yahoo Notícias Redação Notícias
13 de outubro de 2020
Jihad Al Suwaiti escalou até a janela de
onde podia ver sua mãe internada com Covid (Foto: Reprodução/Twitter)
O palestino Jihad Al Suwaiti ficou
conhecido mundialmente após viralizar, em junho deste ano, uma imagem dele
sentado no parapeito da janela de um hospital na Cisjordânia para ver sua mãe,
internada com Covid-19.
Após a morte de Rasmiye Al Suwaiti, aos
73 anos em julho, Jihad e seus irmãos decidiram montar uma mega-operação para
roubar o corpo dela do hospital. A decisão aconteceu quando a família soube que
o corpo da mãe não seria entregue e sepultado da forma como ela desejava. As
informações são do site NBCNews.
Jihad uniu seus irmãos, sobrinhos e
amigos e, em sete carros diferentes, perseguiram e distraíram os motoristas das
ambulâncias durante o roubo do corpo. Na fuga, os diferentes carros envolvidos
confundiram os motoristas, que não souberam identificar em qual veículo o corpo
de Rasmiye Al-Suwaiti estava.
A família levou o corpo de volta para
Beit Awwa, no sul da Cisjordânia. “Eu a segurei com minhas próprias mãos, cavei
sua sepultura e a enterrei do jeito que ela me pediu”, disse ele.
A mãe de Jihad foi diagnosticada com
Covid-19 e morreu em julho. (Foto: Jam Press)
Tarek al Barbarawi, diretor do hospital
Alia em Hebron, onde Rasmiye estava sendo tratada, confirmou à NBC News que o
corpo foi roubado porque seus filhos não queriam que ele fosse embrulhado em
plástico.
De acordo com a tradição muçulmana, o
rito de sepultamento tem de ser feito o mais rápido possível e envolvendo o
corpo do ente em uma mortalha de tecido branco. “Ela disse: ‘Se eu morrer por
causa desta doença, não me enterre em um saco plástico!’”, relembra Jihad.
No entanto, com a pandemia do novo
coronavírus, novos decretos foram assinados com determinações de enterro e sepultamento
diferentes, respeitando regras sanitárias, de acordo com o xeque Muhammad
Hussein, Grande Mufti de Jerusalém e Territórios Palestino.
“Esta é uma regra de necessidade e as
necessidades permitem proibições, portanto, o falecido não é lavado, nem
coberto e é enterrado em um saco plástico”, disse Hussein à agência Reuters.
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