Bolsonaro diz em SP que próxima
indicação ao STF será de um pastor
O presidente chamou de
"precipitado" quem o criticou por não ter indicado um ministro
evangélico para a vaga de Celso de Mello, que deixa o STF em 13 de outubro para
se aposentar. De acordo com Bolsonaro, "se Deus quiser, nós teremos lá
dentro um pastor" na indicação que ocorrerá em julho de 2021.
Por TV Globo e G1 SP — São Paulo
05/10/2020 22h50 Atualizado há 38 minutos
O presidente Jair Bolsonaro durante
culto na Assembleia de Deus do Belenzinho, Zona Leste de SP, nesta
segunda-feira (5). — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) afirmou na noite desta segunda-feira (5) em São Paulo que a próxima
indicação dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) deve será um pastor
evangélico.
Ele participou de um culto de
aniversário do pastor Wellington Bezerra da Costa, presidente das Igrejas
Evangélicas Assembleia de Deus do Brasil, no bairro do Belenzinho, Zona Leste
de São Paulo.
No evento, Bolsonaro chamou de
"precipitado" quem o criticou por não ter indicado um ministro
evangélico para a vaga de Celso de Mello, que deve deixar o STF na próxima
terça-feira (13), para se aposentar.
"Vamos ter no STF um ministro
terrivelmente evangélico. Agora mais ainda. Alguns um pouco precipitados
achavam que devia ser a primeira vaga, que acabei de indicar. A segunda vaga,
que será [indicada] em julho do ano que vem, com toda certeza, mais que
terrivelmente evangélico, se Deus quiser nós teremos lá dentro um pastor",
afirmou.
"Imaginemos as sessões daquele
Supremo Tribunal Federal começarem com uma oração. Tenham certeza de uma coisa:
isso não é mérito meu. É a mão de Deus", completou Bolsonaro.
Primeira vaga
O indicado de Bolsonaro para a vaga de
Celso de Mello foi o desembargador Kassio Nunes Marques, de 48 anos, de acordo
com publicação do "Diário Oficial da União" na última sexta-fera (2).
A indicação já havia sido anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro um dia antes
na internet.
Marques é, atualmente, desembargador do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que tem sede em Brasília.
Após a publicação do nome de Marques, o
desembargador ainda terá de passar por sabatina no Senado Federal e precisará
ter o nome aprovado em plenário, pela maioria absoluta dos senadores, para
assumir a vaga. O rito é definido pela Constituição Federal.
Exames em São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro veio a São
Paulo nesta segunda-feira (5) para realizar exames no hospital Albert Einstein,
na Zona Sul da capital paulista. Após a consulta, o Hospital Albert Einstein
divulgou um boletim médico citando a "ausência de cálculos" e as
"excelentes condições clínicas" do presidente.
"O Presidente da República Jair
Bolsonaro foi submetido à avaliação médica multiprofissional na tarde desta
segunda-feira, no Hospital Israelita Albert Einstein. O presidente encontra-se
no décimo dia de pós-operatório, assintomático e em excelentes condições
clínicas. A ultrassonografia evidenciou o completo esvaziamento da bexiga e
ausência de cálculos", afirmou o documento assinado pelos médicos Leandro
Santini Echenique, Leonardo Lima Borges e Miguel Cendoroglo.
Bolsonaro esteve no mesmo hospital em 24
de setembro para fazer uma cirurgia na bexiga, que foi realizada no dia
seguinte, 25 de setembro, para a retirada de um cálculo vesical, que é uma
pedra que se acumula na bexiga. A cirurgia durou cerca de 1 hora de 30 minutos,
e o cálculo foi totalmente removido, segundo o hospital. O presidente teve alta
hospital no dia 26 de setembro.
No Aeroporto de Congonhas, Bolsonaro se
encontrou com o deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo Celso
Russomanno (Republicanos).
Cirurgias
Segundo o primeiro boletim médico
divulgado após o término da cirurgia, Bolsonaro "foi submetido à
intervenção cirúrgica de Cistolitotripsia endoscópica para a retirada de
cálculo da bexiga". "O procedimento foi realizado sem intercorrências",
diz o boletim.
Em conversa com apoiadores na entrada do
Palácio da Alvorada no último dia 1º, Bolsonaro disse que tinha o cálculo há
mais de cinco anos.
Desde que sofreu uma facada durante um
ato de campanha em Juiz de Fora, em setembro de 2018, Bolsonaro já foi
submetido a cinco cirurgias, quatro delas relacionadas ao ferimento, além de
uma vasectomia feita em janeiro deste ano. A necessidade da operação que deve
ser realizada em São Paulo nos próximos dias já havia sido mencionada pelo
presidente anteriormente, em setembro.
Veja um resumo dos procedimentos aos
quais Bolsonaro foi submetido desde a campanha:
- 6 de setembro de 2018 – Bolsonaro leva a facada e faz primeira cirurgia em hospital de Juiz de Fora (MG)
- 12 de setembro de 2018 – Em São Paulo, Bolsonaro passa por uma segunda cirurgia para desobstrução do intestino
- 28 de janeiro de 2019 – Bolsonaro realiza cirurgia para retirada da bolsa de colostomia colocada após facada
- 8 de setembro de 2019 – Para corrigir uma hérnia na cicatriz de uma operação anterior, Bolsonaro é submetido a uma nova cirurgia
- 30 de janeiro de 2020 – Bolsonaro é internado em Brasília para exames e faz uma vasectomia, procedimento utilizado por homens que não desejam mais ter filhos; o Planalto não emitiu nota oficial confirmando a operação.
- 25 de setembro de 2020 – foi submetido à intervenção cirúrgica de Cistolitotripsia endoscópica para a retirada de cálculo da bexiga.
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