Bolsonaro,
Ramagem e Carlos indiciados: relembre o que foi investigado no caso da Abin
paralela
Polícia
Federal concluiu inquérito e pediu indiciamento de Bolsonaro e outras 34
pessoas acusadas de montar um esquema de espionagem ilegal no órgão para
monitorar desafetos do ex-presidente.
Por
g1 — Brasília
17/06/2025
09h02 Atualizado há 31 minutos
A
Polícia Federal (PF) concluiu as investigações sobre um esquema de espionagem
ilegal montado na Agência Brasileira de Informações (Abin) durante o governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
LEIA
TAMBÉM: PF conclui inquérito da Abin paralela e indicia Bolsonaro, CarlosBolsonaro, Ramagem e diretor da agência
Segundo
os investigadores, policiais, servidores e funcionários da Abin formaram uma
organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo
celulares e computadores, durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro.
Para
a PF, o ex-presidente Bolsonaro sabia do esquema de espionagem e se beneficiava
dele.
Os
investigadores apontam que foram monitoradas autoridades do Judiciário,
Legislativo e Executivo, além de jornalistas.
Entre
os espionados, estão o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o então presidente
da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros
(MDB-AL) (veja abaixo a lista completa).
O
QUE A PF INVESTIGOU?
Iniciada
em 2023, a investigação apurou a atuação de policiais, servidores e
funcionários da Abin que teriam formado uma organização criminosa para
monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores
sem autorização judicial.
De
acordo com os investigadores, a ferramenta FirstMile foi usada para acompanhar
os passos de pessoas que eram consideradas desafetas de Bolsonaro.
A
investigação ficou conhecida após a PF deflagrar, em 2024, a operação Última
Milha, batizada em referência à ferramenta, e cumprir uma série de mandados de
busca e apreensão pelo país.
Os
mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes. Isso, porque a Operação Última Milha começou a partir das
investigações do inquérito das fake news.
ENVOLVIMENTO
DE FAMILIARES DE BOLSONARO
Segundo
os investigadores, houve uma "instrumentalização" da Abin para
monitorar pessoas ligadas a investigações envolvendo familiares do
ex-presidente Jair Bolsonaro.
É
o caso dos auditores da Receita que fizeram o relatório que deu origem à
investigação do esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio
Bolsonaro.
No
relatório, os investigadores destacam que Marcelo Bormevet e Giancarlo
Rodrigues, que estavam a serviço da Abin em ações clandestinas, tentaram
"achar podres" de auditores da Receita Federal responsáveis pela
elaboração de relatórios de inteligência financeira sobre o senador, o filho 01
do ex-presidente.
Outro
exemplo, segundo a PF, é a criação de provas a favor do filho do ex-presidente
Jair Renan Bolsonaro – o filho 04, que em 2021 era investigado por tráfico de
influência.
Para
isso, o "gabinete paralelo", de acordo com as investigações,
monitorou Allan Lucena, ex-sócio de Jair Renan, e Luís Felipe Belmonte,
empresário envolvido no caso.
QUEM
TERIA SIDO MONITORADO?
Conforme
as investigações da Polícia Federal foram monitoradas as seguintes autoridades,
servidores e jornalistas no esquema:
- Poder Judiciário: ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux
- Poder Legislativo: o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e os ex-deputados Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara, Joice Hasselmann e Jean Wyllys (PSOL). E os senadores: Alessandro Vieira (MDB-SE), Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que integravam a CPI da Covid no Senado.
- Poder Executivo: João Doria, ex-governador de São Paulo; os servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; os auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
Jornalistas:
Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.
O
QUE É A ABIN?
A
Abin é o órgão responsável por produzir conteúdos que são repassados à
Presidência da República para auxiliar em tomada de decisões. Na prática, a
agência produz relatórios com conhecimentos estratégicos sobre ameaças e
potencialidades para o país, tanto internas quanto externas.
A
agência tem atribuições, como:
- planejar e executar ações, incluindo as sigilosas, para obtenção de dados destinados a assessorar o Presidente da República;
- planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis que sejam relativos à segurança do Estado e da sociedade;
- avaliar ameaças, "internas e externas", à ordem constitucional;
- realizar estudos e pesquisas para o exercício e desenvolvimento de atividades de inteligência.
Na
prática, diferentemente de sistemas de inteligência de outros países que
separam as ações de inteligência interna e externas, a Abin é responsável por
essas duas frentes.
Ações
de contrainteligência também são de responsabilidade da agência, como defender
o Estado de espionagem, sabotagem e vazamento de informações.
Até
o início de 2023, a Abin estava subordinada ao Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), órgão com status de ministério que, tradicionalmente, é
comandado por militares e tem como função principal cuidar da segurança em
assuntos envolvendo a Presidência da República.
Pouco
menos de dois meses depois dos ataques do 8 de janeiro, quando golpistas
invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) transferiu a Abin para a Casa Civil.
Bolsonaro,
Ramagem e Carlos indiciados: relembre o que foi investigado no caso da Abin
paralela
https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/06/17/bolsonaro-ramagem-e-carlos-indiciados-relembre-o-que-foi-investigado-no-caso-da-abin-paralela.ghtml
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